EUA aplicam sanções ao chef de Putin
O Departamento do Tesouro americano anunciou nesta segunda-feira, 30, sanções contra o russo Yevgeniy Prigozhin. Ele é conhecido como o "chef" do presidente russo Vladimir Putin, por organizar banquetes oficiais no Kremlin. Três aviões e um iate (foto) de Prigozhin foram listados pelas autoridades americanas. Além dos negócios alimentares, Prighozhin financia a Agência de Pesquisa de...
O Departamento do Tesouro americano anunciou nesta segunda-feira, 30, sanções contra o russo Yevgeniy Prigozhin. Ele é conhecido como o "chef" do presidente russo Vladimir Putin, por organizar banquetes oficiais no Kremlin. Três aviões e um iate (foto) de Prigozhin foram listados pelas autoridades americanas.
Além dos negócios alimentares, Prighozhin financia a Agência de Pesquisa de Internet (IRA, na sigla em inglês), acusada de tentar influenciar as eleições legislativas americanas de 2018. Sete funcionários da empresa também foram alvos da medida.
Segundo o Departamento do Tesouro, a IRA usou três contas fictícias para espalhar informações nas redes sociais com o intuito de minar a confiança nas eleições legislativas americanas. Em outubro de 2018, funcionários da IRA divulgaram um filme em que diziam estar tentando influenciar o pleito. No mês seguinte, publicaram uma declaração dizendo que estavam trabalhando para prejudicar candidatos hostis à Rússia.
Apesar de não existirem indicações de que os russos conseguiram de fato alterar o resultado eleitoral no ano passado, o Departamento do Tesouro decidiu tomar a medida com o objetivo de proteger o sistema eleitoral americano contra adversários russos, iranianos e chineses.
As medidas não têm efeito imediato, uma vez que elas só podem ser aplicadas em território americano. Mas, caso um dos funcionários listados pise nos Estados Unidos, então ele poderá ser preso. "Essas sanções visam muito mais o público interno americano, pois serão incapazes de mudar o comportamento de Putin", diz o cientista político Enrique Natalino, professor da PUC minas e pesquisador da UFMG. "O objetivo de Putin é minar a democracia no Ocidente, e isso ele faz principalmente usando empresas de amigos magnatas que funcionam como organizações de fachada do serviço secreto russo."
Outra empresa do chef Prigozhin é a Wagner Group, acusada de ter enviado 100 mercenários russos para lutar na guerra civil da Líbia no início de setembro.
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Comentários (9)
Uirá
2019-09-30 21:01:20Por outro lado, a sociedade russa aumentaria sua capacidade de se auto-regular, ao invés de ter que se basear em ingerências no ambiente externo para fazer valer seus interesses. Recursos naturais e minerais é coisa que não falta à Rússia.
Uirá
2019-09-30 20:56:50É um processo lento e que não ocorre do dia para a noite, mas dentro deste contexto de uma matriz cristã, se houvesse uma mudança nas condições para se empreender, dada a mentalidade já incutida em virtude dos valores e princípios cristãos, a sociedade russa, em tese, já possui os elementos mínimos para operar de forma relativamente autônoma em relação ao Estado. Se isto for verdade, este processo é disruptivo, pois o sucesso dele pode levar à contestação do Estado e do poder estabelecido.
Uirá
2019-09-30 20:48:03A partir desta matriz cristã é possível se estabelecer um paralelo com o empreendedorismo, pois este exige livre iniciativa e uma noção mínima de responsabilidade (accountability). Deve-se ressaltar que o momento vivenciado pelo Brasil coincide com um crescimento da vertente evangélica, já que a Igreja Católica tem uma visão crítica ao lucro e à usura. Portanto, a partir desta matriz cristã, o que diferenciaria a Rússia das economias de mercado do Ocidente são as condições para se empreender.
Uirá
2019-09-30 20:43:39Apesar das diferenças nos modelos de governo, há algo que conecta a Rússia com o restante dos países da civilização cristã-ocidental: o Cristianismo. Sobretudo a vertente protestante do Cristianismo tem uma visão religiosa que se encaixa dentro dos princípios de uma economia de mercado. A matriz cristã fornece aos indivíduos um suporte mínimo para que eles sejam capazes de funcionar de forma relativamente autônoma.
Uirá
2019-09-30 20:32:50Não é uma regra geral, mas inevitavelmente um governante forte acaba implicando uma sociedade fraca, já que a condição para isto é que ele seja capaz de impor sua vontade. Quando isto ocorre, o sistema econômico acabará tendo sua autonomia reduzida, pois um governante forte não pode prescindir do controle estatal sobre a economia para exercer o seu poder. Depois do desmoronamento da ex-URSS e o caos advindo deste, não havia grande opções a este cenário.
Uirá
2019-09-30 20:28:52Depois do fim da ex-URSS não havia muitas opções, era estabilizar a situação e colocar ordem no caos. Mas após isto os maiores desafios já foram resolvidos e vem um relaxamento natural, as coisas passam a funcionar no automático, está instalado o status quo, tudo funciona para permanecer sempre na mesma. Como o Brasil comprova, mudar um sistema que está posto e onde cada ator está confortavelmente instalado é tarefa difícil.
Uirá
2019-09-30 20:23:17Provavelmente em virtude da ideologia marxista, a ex-URSS nunca buscou nenhum tipo de preponderância econômica, sempre se preocuparam mais com o poder militar e a capacidade de intervenção direta, que é uma estratégia extremamente dispendiosa, portanto exige uma capacidade econômica compatível. A Rússia atual guarda resquícios deste tempo, ela se preocupa menos em regular sua condição interna e mais em interferir no ambiente externo para defender seus interesses.
Uirá
2019-09-30 20:17:47O conceito de homeostase representa a capacidade de um organismo regular sua condição interna para que suas funções possam continuar sendo executadas com o mínimo de variações. Neste sentido, as sanções parecem completamente ineficazes para produzir qq reverberação dentro da Rússia. Por outro lado, a estratégia de Putin parece ser mais no sentido de regular o ambiente externo do que o interno, isto de alguma forma tem uma conexão com a forma como a ex-URSS lidava com os americanos.
Máxima
2019-09-30 18:10:00Sancionam ou aplicam sanções?