Governo sírio pretende dissolver grupos armados
Líder do Hay'at al-Sham (HTS), Ahmed al-Shaara, busca unificar as facções sírias em meio ao período de transição
O líder do novo governo sírio, Ahmed al-Shaara, se reunirá com chefes de grupos armados na capital Damasco para discutir a dissolução das facções no país.
Desde 2016, o comandante do Hay'at Tahrir al-Sham (HTS), responsável por liderar a nova gestão síria, tenta convencer outros grupos radicais a se juntarem em uma unidade.
Eles ajudaram o HTS na deposição do ditador Bashar Assad, no fim do ano passado.
O regime sírio era um entrave para a unificação de facções sírias.
Em 2016, o próprio HTS emergiu como um braço da Al-Qaeda, cujo alvo principal eram os Estados Unidos.
Diferentemente do Estado Islâmico, que buscava criar um califado global, o HTS pretendia derrubar Assad e estabelecer um regime baseado na lei islâmica, a sharia.
Ajuda externa
Em dezembro do ano passado, o engenheiro Mohammed al-Bashir foi nomeado como primero-ministro da transição da Síria.
O período durará até 1º de março de 2025.
Os integrantes do novo governo tentam obter legitimidade dos países europeus e dos Estados Unidos.
Eles garantem que não haverá perseguição a dissidentes e a minorias, entre as quais o grupo étnico dos alauítas.
Neste ano, dois representantes da França e Alemanha estiveram em Damasco e visitaram a prisão de Sednaya, considerada o "matadouro de Assad".
As duas nações se comprometeram a auxiliar juridicamente as novas lideranças sírias na elaboração de uma constituição.
Além disso, a União Europeia avalia a retirada gradual das sanções impostas ao país no período em que estava subjugado à tirania de Assad.
A Organização das Nações Unidas (ONU) acompanha os próximos passos do HTS.
Na capital Damasco, o enviado especial da ONU Geir Pedersen disse a jornalistas que "há muita esperança de que possam ver o início de uma nova Síria", apesar de pouco tempo desde a deposição de Assad.
Pedersen, contudo, afirmou que a "guerra ainda não acabou".
O HTS quer se estabelecer como um governo autônomo, apesar das influências de atores globais, entre os quais a Turquia e os Estados Unidos.
Leia mais: "Turquia pretende ampliar sua influência na ‘nova Síria’, diz Economist"
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