Lindbergh gravou um vídeo com camisa preta
Resposta do futuro líder do PT na Câmara a Nikolas Ferreira não chegou nem a 1 milhão de views, enquanto a do adversário já passou de 280 milhões. É por isso que os petistas querem regular as redes sociais?
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ, foto) gravou um vídeo para rebater a gravação do deputado federal Nikolas Ferreira (PL=MG) que deixou o governo Lula desnorteado. O futuro líder do PT imitou a estética do adversário, vestindo-se com camisa preta e se apresentando diante de um fundo preto. As semelhanças terminam aí,
O vídeo de Nikolas, que alcançou mais de 100 milhões de vizualizações no Instagram em 24 horas, conta 282 milhões de visualizações nesta quinta-feira, 16, enquanto o de Lindbergh não passou de 570 mil views um dia depois de publicado — será por conta dessa distância nos números que o PT insiste tanto na tal regulação das redes sociais?
Em seu vídeo, Lindbergh não chega a "desmontar todos os argumentos falaciosos, mentirosos do Nicolas", como promete.
O petista se limita a tentar desqualificar o adversário, que não estaria em posição de criticar o governo Lula por ter, por exemplo, votado pela taxação das blusinhas da Shein, ou pelo fato de que o salário mínimo ficou "congelado quatro anos" no governo de Jair Bolsonaro, apoiado por Nikolas.
Leia também: Vídeo de Nikolas sobre Pix é devastador para Lula
O problema é a verdade
Esse é o problema dos petistas desde que a normativa da Receita Federal para ampliar o monitoramento do Pix entrou em vigor: o que prejudicou o governo e o levou a recuar sobre o assunto não foram as mentiras, mas as verdades para as quais a fiscalização contra sonegação fiscal chamou a atenção.
Os governistas acusam fake news, dizem que vão processar e ameaçam até cassar o mandato do deputado do PL que fez um vídeo resumindo a desconfiança generalizada da população sobre as intenções do governo Lula, mas não chegam a entrar nos meandros daquilo que apontam como mentiras.
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) desafiou Nikolas para um debate e anunciou que vai acioná-lo na Justiça por fake news, mas não detalhou quais seriam as mentiras contadas pelo adversário.
Houve até quem inventasse que Nikolas disse que o Pix seria taxado, quando o aliado de Bolsonaro afirmou o contrário, apesar de manifestar sua desconfiança sobre as intenções do governo.
A Advocacia Geral da União (AGU) também entrou no jogo, como era de se esperar. O advogado-geral da União, Jorge Messias, notificou a Polícia Federal por “notícias falsas, desinformação e mentiras” sobre o monitoramento do Pix, e também não entrou em detalhes sobre os impactos das alegadas fake news.
O drama lulista
O Banco Central registrou a maior queda no uso do Pix em janeiro desde sua criação, em 2020, mas não é possível garantir que ela tenha sido causada pelo receio com golpes ou por desinformação. Isso pode ter ocorrido simplesmente pelo receio da população de ser monitorada por um governo sem moral para monitorar ninguém.
Esse é o drama lulista: os membros do governo precisam criar fantasmas para tentar esconder a realidade de que a população não acredita em suas alegadas intenções, e nem confia em agentes públicos que não conseguem sequer fazer frente às próprias promessas de responsabilidade fiscal.
Não há vídeo com camisa preta que consiga esconder isso.
Leia mais: Receita monitora até Pix do povo, mas Moraes já blindou esposas de ministros
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)