Lula renova convite a ditador saudita para vir ao Brasil
Mohammed bin Salman ordenou o esquartejamento do jornalista Jamal Khashoggi no consultado saudita em Istambul, na Turquia, em 2018
O presidente Lula (PT) renovou na segunda-feira, 13, o convite feito ao ditador saudita, o príncipe-herdeiro e primeiro-ministro Mohammed bin Salman Al Saud (foto), também conhecido pela sigla MBS, para vir ao Brasil em 2025.
Foi ele quem, em 2018, ordenou o esquartejamento do jornalista Jamal Khashoggi no consulado saudita em Istambul, na Turquia.
Em comunicado, o Palácio do Planalto informou que o petista telefonou ao príncipe herdeiro e destacou "que as relações Brasil-Arábia Saudita estão em um excelente momento", ressaltando a importância do Conselho de Coordenação Brasileiro-Saudita, criado em novembro de 2024, para fortalecer o diálogo entre os dois países.
"O presidente confirmou que recebeu relato muito positivo do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que se encontra em viagem a Riade, sobre as possibilidades de cooperação bilateral", acrescentou.
Com o crescente fluxo de comércio em volume e valor entre os dois países, a Arábia Saudita se tornou o maior parceiro do Brasil no Oriente Médio.
"O presidente renovou convite ao príncipe herdeiro para visitar o Brasil em 2025, a fim de retribuir a recepção que lhe foi oferecida em Riade em novembro de 2023", comunicou o Planalto.
Sem impedimento moral
Como apontou Crusoé em novembro de 2023, Lula não vê nenhum impedimento moral em se encontrar com Mohammed bin Salman, assim como o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em 2019, Bolsonaro foi até a capital Riad e se encontrou com MBS. Ele disse que se considerava "quase irmão" do príncipe herdeiro. A relação dos dois ficou mais próxima em 2022, quando a coroa saudita enviou as joias milionárias ao governo brasileiro, e que Bolsonaro tentou se apossar delas.
Jamal Khashoggi
Khashoggi foi morto em outubro de 2018 na embaixada da Arábia Saudita na Turquia.
Seu corpo foi desmembrado e os seus restos mortais, jamais encontrados.
Em 2021, um relatório divulgado pelo Departamento Nacional de Inteligência dos EUA confirmou que Mohammed bin Salman aprovou a execução do crime e que a operação contou com sete membros de sua guarda pessoal.
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