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França: Sai premiê mais jovem, entra o mais velho

A direita clássica da França, também chamada de “republicana”, está feliz com a nomeação de Michel Barnier (foto) para o cargo de primeiro ministro.Várias tendências da direita de sentiram contempladas: a tendência liberal, soberanista, conservadora, popular. Na transferência do poder, o novo primeiro-ministro encontrou as palavras adequadas às expectativas dos franceses: “humildade, verdade, respeito, ação”....

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Redação Crusoé
3 minutos de leitura 07.09.2024 10:00 comentários 0
Alexandra Lebon/ Matignon

A direita clássica da França, também chamada de “republicana”, está feliz com a nomeação de Michel Barnier (foto) para o cargo de primeiro ministro.Várias tendências da direita de sentiram contempladas: a tendência liberal, soberanista, conservadora, popular.

Na transferência do poder, o novo primeiro-ministro encontrou as palavras adequadas às expectativas dos franceses: “humildade, verdade, respeito, ação”. Mas não economizou na ironia em relação ao seu antecessor, o jovem Gabriel Attal, que tentou dar ao experiente Barnier alguns "lições"

Tudo acontece como se a direita clássica tivesse acabado de ganhar as eleições. Porém, ela não ganhou as eleições. Está mesmo saindo de uma longa série de derrotas estrondosas, uma vez que não obteve mais de 10% dos votos nas últimas eleições legislativas e tem apenas uma pequena minoria de 50 deputados num total de 577.

De todo modo, a direita clássica está instalada no poder com a nomeação de Michel Barnier.

Sai o mais novo entra o mais velho

O início do discurso de Michel Barnier durante a transferência do poder com Gabriel Attal, na quinta-feira, 5 de setembro, pegou vários observadores de surpresa pelo tom irônico e pouco protocolar.

Impaciente para falar depois de 15 minutos de monólogo de Attal, que será o novo líder dos deputados macronistas, Michel Barnier pergunta: “Posso dizer algumas palavras?”. Risos no pátio do hotel Matignon, enquanto Gabriel Attal aquiesce, com um sorriso tenso nos lábios.

Muito rapidamente, o discurso do novo primeiro-ministro transformou-se numa improvisação. Ele se desvia de seus arquivos para responder às perguntas de Gabriel Attal. Antes mesmo de agradecer sua atuação à frente do governo, Michel Barnier dispara sua primeira flecha tingida de ironia: “Gostei muito da maneira como você me deu, não aulas... bom, lições – mesmo que só durassem oito meses – que você aprende quando é primeiro-ministro.”

O antigo Comissário Europeu acerta onde dói. Poucos momentos antes, Gabriel Attal confidenciou a sua “frustração” ao ver terminar o mandato. “Oito meses é pouco. É muito curto”, ele compartilhou.

Longe de carecer de boas palavras e de ironia, o septuagenário responde à insistência do seu jovem antecessor que repetiu diversas vezes “este processo está na sua mesa”, em alusão aos projetos de lei pendentes desde a dissolução. “Encontrei meu escritório um pouco vazio mais cedo”, disse, mais uma vez provocando risadas do público, antes de enfatizar sua autoridade: “Claro, vou aceitá-los de volta (...) Vocês me permitirão, talvez, adicionar meu próprio valor agregado.”

No pátio do Hôtel de Matignon, Michel Barnier joga com a sua condição de chefe de governo mais antigo da Quinta República. “Abordo este período, esta nova página que se abre com muita humildade. Talvez a sabedoria que o cabelo branco dá”, brinca. Ao lado de Gabriel Attal, o mais jovem primeiro-ministro, lança: “É muito bom ser o mais jovem, mas é um título que perdemos muito rapidamente”.

Após quatro minutos de improvisação, o ex-ministro das Relações Exteriores mergulhou nos seus arquivos para fazer um discurso mais clássico de transferência de poder, no qual prometeu “mudanças e rupturas”.


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