Boris Johnson explica o mistério da vitória do Partido Trabalhista
O ex-primeiro-ministro britânico Boris Johnson (foto), do Partido Conservador, escreveu um artigo no jornal Daily Mail nesta sexta, 5, sobre a vitória eleitoral do Partido Trabalhista, comandado por Keir Starmer. No seu texto, Johnson procura explicar por que, apesar de ter conseguido apenas 34% dos votos, os trabalhistas ficarão com 412 das 650 cadeiras, o...
O ex-primeiro-ministro britânico Boris Johnson (foto), do Partido Conservador, escreveu um artigo no jornal Daily Mail nesta sexta, 5, sobre a vitória eleitoral do Partido Trabalhista, comandado por Keir Starmer.
No seu texto, Johnson procura explicar por que, apesar de ter conseguido apenas 34% dos votos, os trabalhistas ficarão com 412 das 650 cadeiras, o equivalente a 63% das cadeiras.
"Ele (Starmer) conseguiu menos votos que Jeremy Corbyn em 2017 e 2019", escreve Johnson.
É quase isso. Sob a liderança de Corbyn, os trabalhistas conseguiram 40% em 2017 e 32,1% em 2019.
A contagem dos votos totais confunde porque, como o sistema britânico é distrital, apenas o vencedor em cada distrito ganha a cadeira no Parlamento.
A questão é que, mesmo com 34% dos votos, os trabalhistas levaram a melhor em 64% dos distritos eleitorais. Como isso foi possível? Boris Johnson explica.
"Há um mistério sobre esta vitória esmagadora: como é que os conservadores tiveram perdas tão grandes, mesmo com o apoio ao Partido Trabalhista sendo tão tépido? A resposta é complexa, assim como a extinção dos dinossauros. Mas o asteroide de Yucatán nesta catástrofe era óbvio: o Reform UK", escreveu Johnson.
Mesmo tendo poucos votos, ou praticamente a mesma quantidade que em 2017 e 2019, o Partido Trabalhista levou a melhor na maioria dos distritos porque não houve outro partido capaz de superar os trabalhistas em quantidade de votos.
E isso ocorreu simplesmente porque os votos à direita se dividiram entre o Partido Conservador e o Reform UK, de Nigel Farage.
Se todos os votos da direita tivessem ido para um único partido, a história seria diferente.
O Partido Conservador teve 23,7% dos votos totais e o Reform UK, 14,3%. Somados, os dois teriam 38% dos votos, o que poderia garantir mais vitórias nos diversos distritos.
Em seu artigo, Johnson dá um exemplo concreto, sem citar nomes: "Acabei de falar ao telefone com um velho amigo e colega (do Partido Conservador) que esperava vencer com folga – ele tinha uma maioria muito grande – até que, à última hora, percebeu que milhares de bons eleitores do Partido Conservador estavam a favor da Reforma, e a redução do seu voto o total foi suficiente para colocar o trabalhismo à frente".
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