A 'face da justiça em Manhattan' que ajudou a combater a corrupção no Brasil
A imprensa americana destaca nesta segunda-feira, 22, a morte do ex-promotor de Justiça de Nova York Robert Morgenthau (foto), aos 99 anos. Morgenthau foi definido como "a face da justiça em Manhattan" pelo New York Times no artigo que rememora sua carreira ao longo de quatro décadas, em que se destacou tanto em casos de crimes violentos,...
A imprensa americana destaca nesta segunda-feira, 22, a morte do ex-promotor de Justiça de Nova York Robert Morgenthau (foto), aos 99 anos. Morgenthau foi definido como "a face da justiça em Manhattan" pelo New York Times no artigo que rememora sua carreira ao longo de quatro décadas, em que se destacou tanto em casos de crimes violentos, como na acusação a Mark Chapman, o assassino do beatle John Lennon, como na investigação de crimes financeiros cometidos por bancos e grandes corporações.
A atuação de Morgenthau não se restringiu apenas aos limites da cidade: ele defendia que qualquer crime que estivesse relacionado ao território de Nova York era assunto da promotoria, onde quer que tivesse sido praticado.
Foi com essa visão que o promotor ajudou o Brasil no primeiro caso de projeção nacional em que trabalhou o ministro da Justiça, Sergio Moro, como juiz federal: o do Banestado, em que foram investigadas remessas ilegais de dólares por contas no banco do estado do Paraná.
Morgenthau foi responsável por fechar em 2003 a Beacon Hill, empresa sediada em Nova York que fazia parte do esquema de envio clandestino de dinheiro, a partir de um alerta da Polícia Federal brasileira. Além disso, o promotor também enviou à CPI do Banestado um CD com registros de 700 mil operações financeiras suspeitas feitas no MTB Bank, ligado à Beacon Hill e usado como uma central das transferências dos dólares.
As estimativas são de que pelo menos 19 bilhões de dólares tenham sido enviados ilegalmente do Brasil aos Estados Unidos. Apenas uma pequena parte, no valor de 17 milhões de dólares, foi recuperada pelas autoridades americanas. Quando a Promotoria de Justiça de Nova York devolveu a primeira parcela do dinheiro recuperado, de 1,6 milhão de dólares, em 2007, o cheque tinha a assinatura de Morgenthau.
O Washington Post lembra que Morgenthau, filho do secretário de Tesouro dos EUA no governo de Franklin Roosevelt, dizia sempre que, "se o governo quer ser percebido como justo, tem de processar tanto os traficantes de drogas quanto os criminosos de colarinho branco".
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Comentários (10)
FRANCISCO
2019-07-23 13:55:55Uma baixa na verdadeira justiça.
Anzanello
2019-07-23 11:41:22Legado grandioso. Fazendo sucessão, gerando justiça.
Woodface
2019-07-22 21:16:26Enquanto nos EUA existem incontáveis Morgenthau's , no Brasil até Lula pode conta-los com apenas seus 9 dedos . É uma diferença e tanto…..
Ivete
2019-07-22 20:53:16Maravilhoso! 🙏🙏🙏🙏🙏🙏
Antronio
2019-07-22 20:24:14Que o seu legado sirva de exemplo para todos os integrantes do MP.
Manoel
2019-07-22 18:26:06Algumas pessoas deveriam se tornar eternas,não será insubstituível, porém , com certeza será único.....
Wellington
2019-07-22 15:52:11Que a Lava Jato seja o terror dos políticos corruptos, traficantes e empresários.
Rafael
2019-07-22 13:12:47Como são bons os exemplos de gente assim.
Alvaro
2019-07-22 11:34:07Deixou um exemplo a ser seguido.
Joao Fenoglio
2019-07-22 11:10:56Nao e o capeta togado que esta livrando a cara do filho do presidente, isso e o de menos. O problema e o pai, livrar a cara do capeta togado. Por essa jamais esperava. Isso e mesmo o paiz da bandidagem escancarada. brazil, zil, zil , nao da vergonha, da repugnancia.