Advogado em caso de Moraes em Roma diz que PF selecionou imagens
O advogado Ralph Tórtima, que defende três pessoas acusadas de alegadas agressões contra o ministro Alexandre de Moraes no aeroporto de Roma, no ano passado, disse que não houve mudanças no caso que justificassem a mudança de posicionamento da Polícia Federal — que nesta segunda-feira, 3, indiciou os membros da mesma família por alegada agressão...
O advogado Ralph Tórtima, que defende três pessoas acusadas de alegadas agressões contra o ministro Alexandre de Moraes no aeroporto de Roma, no ano passado, disse que não houve mudanças no caso que justificassem a mudança de posicionamento da Polícia Federal — que nesta segunda-feira, 3, indiciou os membros da mesma família por alegada agressão ao ministro e seu filho.
A mudança no posicionamento da PF, alega o defensor, é parte de um uso que atenderia a uma das partes da causa. "A Polícia Federal fez um uso aparentemente selecionado das imagens, e fez uso destas imagens atendendo aparentemente a um lado das partes", disse o advogado à reportagem.
Tórtima, que defende os acusados desde o início do caso no ano passado, ainda reclama que o Supremo Tribunal Federal (STF), que analisa o caso, ainda não concedeu à defesa o direito a acessar a íntegra dos autos, incluindo a principal prova, que é o vídeo cedido pelo aeroporto de Roma que descreve como se deram as cenas. "A principal prova, que resolve o caso, no nosso sentir, são as imagens", comenta. "E eu posso ir ao cartório judicial assistir, mas não posso ter uma cópia para fazer uma petição."
O advogado conclui que o caso em si é "um desentendimento em sala VIP" e, por isso, não tem nada demais "a não ser um de seus personagens". Tórtima acredita que seus clientes são alvo de uma Suprema Corte que de fato era perseguida publicamente, mas que viu no caso a chance "de dar uma lição em quem busca perturbar a paz dos ministros."
Nesta quarta-feira, 4, a defesa dos acusados apresentou um pedido de reconsideração da causa no STF. Eles pedem acesso à íntegra dos autos, o que ainda não teria sido facultado aos advogados responsáveis pelo caso.
Na visão da defesa, o delegado de Polícia Federal, "em inusual novo relatório, surpreendeu e extrapolou em muito os limites do trabalho investigatório, fazendo ilações, assertivas absolutamente subjetivas e decorrentes, unicamente, da sua interpretação pessoal de imagens que nem sequer possuem áudio!"
"Percebe-se, nitidamente, que houve tendenciosa seleção de algumas poucas imagens, para se chegar a uma conclusão já de antemão pretendida e que, na visão dos investigados, é absolutamente inconcebível diante da real dinâmica dos fatos", pontua a defesa.
Assista, em Crusoé Entrevistas: Vazamento de conversas pela PF mostra "tratamento extraordinário" do caso
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Comentários (2)
Amaury G Feitosa
2024-06-06 09:07:10Na ditadura vale a narrativa construída sob manipulação, nenhuma novidade nisto.
Adonis
2024-06-04 19:31:59Se alguém perguntar o que eu acho desta história direi que não acho nada pois tinha um amigo que achou e até hoje não achamos ele.