Como os brasileiros veem a liberdade de expressão no país
Uma pesquisa do Instituto Paraná divulgada nesta terça-feira, 7, aponta que apenas 32,4% dos entrevistados acreditam que podem falar ou escrever o que pensam no Brasil. Por outro lado, 61% das pessoas ouvidas pelo instituto consideram que podem ser punidos por algo que digam ou pensem no país. Outros 6,6% não opinaram. Faixa etária, sexo,...
Uma pesquisa do Instituto Paraná divulgada nesta terça-feira, 7, aponta que apenas 32,4% dos entrevistados acreditam que podem falar ou escrever o que pensam no Brasil.
Por outro lado, 61% das pessoas ouvidas pelo instituto consideram que podem ser punidos por algo que digam ou pensem no país.
Outros 6,6% não opinaram.
Faixa etária, sexo, religião e região
A percepção de que os brasileiros não possuem plena liberdade de expressão é majoritária em todas as faixas etárias. Destaca-se, no entanto, o grupo de pessoas entre 35 e 44 anos, no qual 65,1% dos entrevistados afirmaram achar que podem ser punidos pelo que falam, escrevem ou pensam.
Na divisão por gênero, a percepção não se altera. Entre os homens, 60,5% disseram não ter plena liberdade. Entre as mulheres, o percentual é de 61,5%.
No quesito religião, os evangélicos são os que mais pessimistas. Para 64,5% dos entrevistados que integram esse grupo, a liberdade é limitada, ante 29,1% dos que acreditam poder falar, escrever ou pensar o que bem entenderem sem punição.
O percentual de brasileiros que acreditam em punição é maior nas regiões Sul (62,6%) e Sudeste (65,2%), embora o grupo seja maioria também nas regiões Norte e Centro Oeste (59,4%) e Nordeste (54,8%).
O Instituto Paraná ouviu 2.020 pessoas em 160 municípios de todo o território nacional entre 27 de abril e 1º de maio. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.
Estado de exceção permanente
A pesquisa do Instituto Paraná ocorre um mês após a publicação dos Twitter Files, em que jornalistas divulgaram os emails dos advogados do antigo Twitter (hoje X). Nas mensagens, eles discutiam o que fazer após receber ordens do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral pedindo a retirada de contas do ar e o fornecimento de informações privadas, em desacordo com o Marco Civil da Internet.
Os jornalistas que divulgaram essas mensagens foram duramente criticados. O advogado-geral da União, Jorge Messias, pediu ao Supremo Tribunal Federal que eles fossem investigados, alegando que eles violaram o sigilo imposto pela Corte. Não é função da AGU solicitar investigações ao STF.
Leia na Crusoé: A questão do X
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Comentários (2)
Manoel Antonio Da Fonseca Couto Gomes Pereira
2024-05-08 13:18:55Tenho 75 anos, sou branco, católico e morador do DF. Creio que possso ser punido por algo que diga ou pense no Brasil.
ANDRÉ MIGUEL FEGYVERES
2024-05-07 21:59:14Gostaria de saber se o que eu escrevo comentando as reportagens da Crusoé são questionadas ou submetidas ao governo atual. Por favor entrem em contato comigo a respeito.