Ronaldo Caiado: “Brasil está no caminho errado”

Há dois setores da economia que o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), diz não terem sucesso em seu estado: o de carros blindados e o de segurança privada.

“Todas as empresas quebraram”, falou ao comentar o que considera um sucesso na gestão em segurança pública. Com essa confiança — e uma aprovação de 86% do eleitor goiano — o político de carreira já tem a primeira bandeira para se lançar como pré-candidato à Presidência da República, em uma eleição que só ocorrerá daqui a 831 dias. 

O que para alguns pode parecer um gesto fora de tempo, para Ronaldo Caiado é um movimento que pretende evitar “achismos” e “improvisação de forças”. Em entrevista exclusiva a Crusoé, o governador comenta a decisão de se lançar pré-candidato a presidente pelo União Brasil sem esperar sequer o início das eleições municipais deste ano. Recentemente, ele reuniu os governadores de São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraná na casa do senador Ciro Nogueira, em Brasília, para debater cenários políticos. Disse não enxergar problemas em adiantar uma articulação, pois, na visão dele, o próprio Lula já estaria em campanha para 2026. 

“O quadro já está montado: ele está fazendo sua gestão, mas, ao mesmo tempo, sinalizando para sua candidatura em 2026”, diz o Caiado. “Dentro do partido já avaliamos isso, para podermos construir uma discussão da realidade que o país está passando neste momento.” 

Sabedor do calo que é para a atual gestão o tema segurança pública, Caiado tratou de vender seu peixe: para ele, em qualquer lugar de Goiás é possível andar na rua com o celular na mão (esse será provavelmente o seu mote daqui para a frente), pois o poder público garante que não existam preocupações maiores com a segurança. A educação —outro tema em que ele amealha uma boa aprovação— também deve ser apresentada como um trunfo seu daqui em diante. 

Nesta semana, Caiado esteve ao lado de Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo e apontado como possível herdeiro dos votos de Jair Bolsonaro, hoje inelegível. Negou ver problemas na existência de candidaturas paralelas ao Planalto e reforçou que o União, apesar de hoje ocupar três ministérios na gestão de Lula, tem independência para ser uma dessas alternativas. 

“O Brasil está no caminho errado e o presidente perdeu aquela vontade, aquela emoção, aquele entusiasmo de governar”, continuou. “O quadro fiscal causa muita preocupação e no quadro político não há um plano para o país. A população está desencantada de compromissos e promessas que não aconteceram. O empreendedor está preocupado que a âncora fiscal já deu água. E isso inquieta a todos nós, brasileiros.” 

Num momento em que o governo Lula 3 vê seus números de aprovação em queda, Caiado volta a aspirar a uma campanha presidencial, 35 anos após ser o candidato da União Democrática Ruralista (UDR), em 1989.   

Assista à íntegra da entrevista: