Maduro ensina a votar corretamente: "sim", "sim", "sim", "sim" e "sim"
O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro (foto), divulgou um vídeo em que simula o voto no referendo sobre anexação de 80% do território da Guiana, durante o Encontro com a Juventude em Defesa do Essequibo. Na imagem, Maduro não lê o texto das cinco perguntas e, ao final, disse que o voto foi gerado "corretamente"....
O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro (foto), divulgou um vídeo em que simula o voto no referendo sobre anexação de 80% do território da Guiana, durante o Encontro com a Juventude em Defesa do Essequibo.
Na imagem, Maduro não lê o texto das cinco perguntas e, ao final, disse que o voto foi gerado "corretamente". Uma câmera filma a tela da urna enquanto ele vota.
"Primeiro passo para votar. Entrega do RG, checagem. Imediatamente, conferir o RG e a impressão digital. Coloco o dedo. Fui checado. Este é o sistema mais seguro do mundo. Um eleitor, um voto. Aqui estou com o meu RG e com Cilita (Cilia Flores, a primeira-dama), e aqui vamos votar. Eu já estudei as perguntas. Eu já li as perguntas, então eu vou tranquilo. Primeira pergunta: sim. Segunda pergunta, já estudei: sim. Terceira pergunta: sim. Quarta pergunta (aperta sim). E quinta e última pergunta: sim! Já aparece (o total das respostas). Aperte: votar. O voto foi gerado corretamente. Mais cômodo, mais seguro, impossível. Já votei: cinco vezes sim", diz Maduro.
Ditador Nicolás Maduro ensina a votar corretamente: "sim", "sim", "sim", "sim" e "sim". pic.twitter.com/4tfbcOIJmS
— O Antagonista (@o_antagonista) December 1, 2023
O referendo ocorre no próximo domingo, 3, quando os venezuelanos serão chamados a responder cinco perguntas nas urnas. Duas delas são especialmente preocupantes. "Você está de acordo com a criação do estado da Guiana Essequiba e que se desenvolva um plano acelerado para a atenção integral à população atual e futura desse território que inclua entre outros a entrega de cidadania e RG venezuelanos, conforme o Acordo de Genebra e o direito internacional, incorporando como consequência esse estado ao mapa do território venezuelano?", é a quinta questão. A ideia de mudar de cidadania de uma hora para outra, naturalmente, não passa pela cabeça dos 250 mil guianenses que vivem na área reivindicada e seria uma clara violação do princípio da autodeterminação dos povos. Por óbvio, são os guianenses, e não os venezuelanos, que devem determinar o próprio futuro. Do lado brasileiro, contudo, não houve indignação alguma.
Outra pergunta busca ignorar o principal tribunal da ONU, a Corte Internacional de Justiça, CIJ, que julga países à luz do direito internacional (o Tribunal Penal Internacional, também com sede em Haia, julga indivíduos). "Você está de acordo com a posição histórica de não reconhecer a jurisdição da Corte Internacional de Justiça para resolver a controvérsia territorial sobre a Guiana?" é a questão. A pendência com a CIJ se originou quando a Guiana acionou o tribunal após a convocação do plebiscito, para evitar problemas futuros. Uma retirada da corte, contudo, não seria viável, uma vez que o processo já está em andamento.
Leia mais na Crusoé em A guerra de Maduro
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Comentários (1)
Lucia
2023-12-01 17:40:03Manual de como anexar territórios com rapidez e sem gastar um tostão. Se a moda pega…