Apesar das promessas de Biden, EUA endurecem com haitianos
Os Estados Unidos realizaram ao longo da última semana uma das maiores operações de deportação da história recente. Sete voos diários levaram migrantes haitianos (foto) para a capital do Haiti, Porto Príncipe. Milhares foram devolvidos ao México após cruzarem a fronteira. A polícia americana também interditou um acampamento de 15 mil pessoas montado debaixo da...

Os Estados Unidos realizaram ao longo da última semana uma das maiores operações de deportação da história recente. Sete voos diários levaram migrantes haitianos (foto) para a capital do Haiti, Porto Príncipe. Milhares foram devolvidos ao México após cruzarem a fronteira. A polícia americana também interditou um acampamento de 15 mil pessoas montado debaixo da ponte internacional entre a cidade americana de Del Rio e a mexicana Ciudad Acuña. Nesta sexta-feira, 24, restavam apenas 225 pessoas no local.
A expectativa era a de que a ação das autoridades migratórias americanas não fosse tão dura, em razão das promessas de um acolhimento mais humano feitas pelo presidente Joe Biden, como a suspensão do financiamento para construir um muro, o fim da separação das crianças de seus pais e a anistia para os milhões de ilegais que entraram nos Estados Unidos quando crianças.
"As pessoas em geral acreditam que a política migratória americana possa mudar facilmente de um governo para outro, mas não é assim. Aos olhos da legislação americana, a situação dos haitianos não mudou", diz o professor de relações internacional Dorival Guimarães Pereira Jr., do Ibmec de Belo Horizonte.
O governo de Joe Biden até estuda aumentar o limite de refugiados aceitos ao longo do ano de 65 mil para 125 mil. A medida depende de aprovação pelo Congresso, mas não necessariamente deve ajudar os haitianos que estão na fronteira com o México.
Para obter o refúgio, é preciso fazer um pedido a partir do exterior e alegar "temor de perseguição". A solicitação pode ou não ser aprovada, após uma análise cuidadosa. Uma pessoa também pode se apresentar na fronteira e solicitar asilo. A análise, nesse caso, é individualizada.
"Os Estados Unidos, ao contrário do Brasil, não têm o visto temporário de acolhida humanitária, que pode ser dado em situações mais amplas que as do refúgio, como crises humanitárias, econômicas, ambientais e sociais", diz Guimarães Pereira Jr.
No Brasil, haitianos, venezuelanos e sírios já foram recebidos com base nesse visto humanitário. Atualmente, há uma expectativa de que o Comitê Nacional de Refugiados, o Conare, adote o visto humanitário também para afegãos. "Essa modalidade, contudo, não existe nos Estados Unidos, onde a estrutura legal se move lentamente", diz Guimarães Pereira Jr.
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Comentários (4)
Lucia
2021-09-28 14:56:0512 mil refugiados debaixo de uma ponte na sua cidade? Qual a solução pra essa situação?
Carlos Sérgio de Carvalho Fraga
2021-09-28 07:20:45o mundo tem que se unir em torno do ser humano e parar de ser tudo por dinheiro. #salveohaite
FRANCISCO AMAURY GONÇALVES FEITOSA
2021-09-27 13:11:40só idiotas acreditam em ianques .. quexo digam as nações apaches . sioux. lakotas . araphaos extintas por fuzis assassinos .. juízo gente.
MARCIO
2021-09-27 13:07:22Bem feito a todos os estadunidenses, acharam que Biden era moderado mesmo diante de todos os indícios contrários, se mostrou mais do mesmo.