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Novo secretário de Doria assumiu caso da JBS iniciado por Wassef

Recém-nomeado secretário da Justiça pelo governador paulista João Doria, o advogado criminalista Fernando José da Costa (foto) entrou na semana passada em um polêmico caso policial da JBS iniciado pelo escritório de Frederick Wassef, o agora ex-advogado da família Bolsonaro. Como mostrou Crusoé na semana passada, em uma reportagem sobre a atuação de Wassef nos subterrâneos  do Judiciário,...

Crusoé
4 minutos de leitura 03.10.2020 07:01 comentários 4
fernando jose da costa

Recém-nomeado secretário da Justiça pelo governador paulista João Doria, o advogado criminalista Fernando José da Costa (foto) entrou na semana passada em um polêmico caso policial da JBS iniciado pelo escritório de Frederick Wassef, o agora ex-advogado da família Bolsonaro.

Como mostrou Crusoé na semana passada, em uma reportagem sobre a atuação de Wassef nos subterrâneos  do Judiciário, o então advogado do presidente Jair Bolsonaro e do senador Flávio Bolsonaro solicitou à Polícia Civil de São Paulo a abertura de um inquérito para investigar supostas ameaças contra Francisco de Assis, o ex-diretor jurídico da J&F, controladora da JBS.

A petição em nome de Francisco de Assis, que é amigo de Wassef e um dos delatores da JBS que tiveram seu acordo de colaboração contestado pela Procuradoria-Geral da República, foi assinada pela advogada Ana Flávia Rigamonti, funcionária do escritório de Wassef à época.

A Crusoé, Ana Flávia admitiu que foi o ex-chefe quem determinou que ela atuasse no caso em defesa de Assis, que acusou a empresa Paper Excellence de estar por trás das ameaças a Francisco de Assis por causa da disputa que ambas travam na corte de arbitragem pelo controle da Eldorado Celulose.

A advogada ficou nacionalmente conhecida por ter cuidado de Fabrício Queiroz, o ex-assessor de Flávio Bolsonaro, no período em que ele esteve escondido na casa de Wassef em Atibaia, onde foi preso em junho, acusado de operar o esquema de desvio de dinheiro na Assembleia Legislativa do Rio.

Na noite do mesmo dia em que Crusoé revelou a atuação de Wassef como lobista no Palácio do Planalto, 25 de setembro, o advogado Fernando José da Costa, defensor de João Doria em processos judiciais, enviou uma petição à Justiça comunicando que estava assumindo o caso.

Na última sexta-feira, 2, Doria anunciou Fernando José da Costa como seu secretário de Justiça, no lugar do desembargador Paulo Dimas, ex-presidente do Tribunal de Justiça paulista, que deixou o cargo para atuar na advocacia privada.

Procurado por Crusoé, o novo secretário informou por meio de sua assessoria que se licenciou da OAB e que não atuará em nenhum caso enquanto estiver no governo. A atuação no inquérito policial pela JBS, contudo, permanece com o escritório dele.

Atualização: Fernando da Costa enviou notificação extrajudicial à redação de Crusoé em que diz ser "inverídica" a informação de que ele "foi contratado pela JBS para advogar no lugar do advogado Frederick Wassef". O texto da notificação prossegue: "O escritório Fernando José da Costa Advogados jamais recebeu qualquer substabelecimento por parte do advogado Frederick Wassef para atuar em defesa da JBS; na verdade foi contratado para representar os interesses da pessoa jurídica J&F, em um inquérito policial do qual referida contratante é vítima dos crimes de extorsão, invasões a dispositivos informáticos, interceptações de e-mails e promoção, constituição, financiamento ou integração a (sic) organização criminosa". "Vale registrar que não foi juntado no inquérito policial qualquer instrumento de procuração ou substabelecimento de qualquer das partes outorgando poderes ao advogado Frederick Wassef. Assim, independentemente de Fernando José da Costa ter requerido à OAB sua licença da atividade advocatícia, informa-se que o escritório jamais substituiu Frederick Wassef em caso da JBS". Crusoé reafirma que o escritório de Frederick Wassef atuou, sim, no referido inquérito, ainda que o nome dele não aparecesse inicialmente nos autos -- a própria advogada Ana Flávia Rigamonti confirmou, como registra o texto, que apresentou o pedido que deu origem ao inquérito a mando de Wassef, para quem ela trabalhava à época. É fato, portanto, que o advogado Fernando da Costa passou a atuar em um caso iniciado pelas mãos da banca de Frederick Wassef. O texto de Crusoé não afirma, em nenhum momento, como faz crer a notificação, que Costa substituiu Wassef. O que a nota faz é registrar que o advogado passou a atuar nos autos da investigação -- o que ele não nega, por sinal. Além disso, importa registrar que Fernando da Costa foi procurado antes da publicação da informação, mas não se manifestou.

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Comentários (4)

MARCOS

2020-10-03 21:12:05

A velhinha de Taubaté acredita nele.


MARIO

2020-10-03 10:39:39

Isso é a casa da mãe joana! E essa empresa continua a fazer seus trambiques! Uma empresa que se apropriou de $40bi do bndes, mantem os partidos amigos! Cambada de fdp!


Vanderlei

2020-10-03 10:18:23

Mudam as moscas e os urubus, mas a carniça é a mesma.


Jose

2020-10-03 08:40:12

Tucanismo = Bozismo = Petralhismo.


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