Mesmo sob baixas temperaturas, sem iluminação e em meio a condições extremas, as profundezas do oceano abrigam uma ampla variedade de seres vivos, que continuam sendo descobertos à medida em que explorações científicas avançam.
E dentre as mais recentes descobertas, está um predador peculiar, que foi encontrado por pesquisadores na Fossa de Atacama, no leste do Oceano Pacífico, a impressionantes 7.900 metros de profundidade.
Trata-se do Dulcibella camanchaca, uma espécie de crustáceo da ordem dos anfípodes que apresenta uma cor branca, quase fantasmagórica, e possui apêndices especializados para caça.
Semelhante a um camarão, o crustáceo mede cerca de 4 centímetros de comprimento, o que o torna um verdadeiro gigante entre os anfípodes. Mas este não foi o único marco registrado pelo D. camanchaca.
Afinal, vale destacar que o animal também foi considerado o primeiro predador ativo em um habitat oceânico tão profundo, e parece ser extremamente bem adaptado às condições extremas em que vive.
Descoberta de predador ressalta biodiversidade da região
Após uma análise de DNA, os pesquisadores concluíram que o D. camanchaca não representa apenas uma nova espécie, mas também um novo gênero de predadores, que, até o momento, não possui variações conhecidas.
Este fato elevou ainda mais a importância da descoberta, uma vez que comprova que, apesar da intensa pressão e escuridão que permeiam a Fossa de Atacama, o ambiente ainda pode contar com uma ampla biodiversidade de espécies nativas.
De acordo com Carolina González, bióloga marinha que trabalhou na identificação do crustáceo, há esperanças de que outros animais igualmente supreendentes sejam descobertos conforme as pesquisas no local avançam.
Além disso, os dados recolhidos também poderão servir para ampliar a compreensão sobre estes ecossistemas extremos e sua reação às ameaças da superfície, como a poluição humana e a crise climática, que vem causando problemas em diversos biomas.




