O cometa interestelar 3I/ATLAS, identificado pelo telescópio ATLAS no Chile em julho, está desafiando cientistas com seu comportamento peculiar. A NASA, junto à Rede Internacional de Alerta de Asteroides, coordena uma campanha global de observação entre novembro e janeiro de 2026.
O objetivo é investigar essa ocorrência rara que pode revelar novos detalhes sobre a formação do universo. Cientistas estimam que o Atlas tenha cerca de 440 metros e 5,5 km de diâmetro.
Explorando um raro evento interestelar
O 3I/ATLAS destaca-se por sua órbita hiperbólica, que indica uma trajetória própria e não presa à gravidade solar.
No próximo dia 30 (próxima quinta-feira), o cometa se aproximará do Sol, passando dentro da órbita de Marte. Essa passagem oferece aos cientistas a oportunidade de coletar dados essenciais sobre sua composição química e comportamento.
A composição do 3I/ATLAS, rica em dióxido de carbono em proporção desproporcional à água, difere dos cometas típicos do Sistema Solar.
Essa característica intriga os astrônomos, que esperam que as observações ajudem a esclarecer essas discrepâncias e expandir o entendimento sobre cometas formados além dos limites do nosso sistema planetário.
Desafios na análise astronômica
Estudar o 3I/ATLAS apresenta dificuldades devido à sua coma e cauda brilhantes, que complicam a localização precisa do núcleo.
Telescópios espaciais avançados, como o Hubble e o James Webb, estão sendo utilizados para conduzir observações detalhadas antes que o cometa deixe definitivamente o Sistema Solar.
Este fenômeno é apenas o terceiro de seu tipo a ser observado, sucedendo o ‘Oumuamua e o 2I/Borisov em 2017 e 2019, respectivamente.
A coleta de dados ajudará a melhorar as capacidades de resposta dos cientistas a eventos espaciais imprevisíveis, refinando técnicas de medição orbital e astrometria.
Contexto e consequências futuras
Apesar de sua singularidade, o 3I/ATLAS não representa risco à Terra, passando a uma considerável distância de 270 milhões de km do planeta.
No entanto, suas partículas podem interagir com a sonda Europa Clipper durante seu voo rumo a Júpiter, oferecendo dados valiosos sobre a estrutura interna dos cometas interestelares.
A NASA também ativou um protocolo de defesa planetária para fortalecer a cooperação internacional em astrofísica.
Este exercício global não é uma resposta a uma ameaça, mas sim uma prática essencial para lidar com possíveis perigos futuros no espaço.




