Lira sob pressão
Faltando um ano para o fim de seu reinado na Câmara, o deputado alagoano sabe que tanto adversários quanto "aliados" observam cada movimento seu em busca de sinais de fraqueza
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No começo de fevereiro, na abertura do ano legislativo, o presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL) voltou suas baterias contra o Palácio do Planalto. Pouco antes, Lula havia vetado a destinação de 5,6 bilhões de reais do Orçamento de 2024 às emendas de comissão, uma das modalidades das emendas parlamentares. "O Orçamento é de todas e todos brasileiros e brasileiras", disse o deputado no trecho de seu discurso com maior repercussão. "Não é e nem pode ser de autoria exclusiva do Poder Executivo e muito menos de uma burocracia técnica que, apesar do seu preparo, não foi eleita para escolher as prioridades da nação e não gasta a sola de sapato percorrendo os pequenos municípios brasileiros como nós, parlamentares." É sabido que as emendas cresceram muito de importância no relacionamento dos parlamentares com suas bases eleitorais (a respeito disso, leia também o artigo de Leonardo Barreto nesta edição), mas esse não é o único fator que explica o tom alterado da fala de Lira. Ele está preocupado com seu próprio futuro político, pois sabe que tanto adversários quanto "aliados" (que têm seus próprios interesses) observam atentamente cada movimento seu, faltando um ano para o fim de seu mandato no comando da Câmara. Nas últimas duas semanas, Crusoé conversou com diversos líderes partidários, principalmente do Centrão, que Lira empoderou – e de onde também tira sua força. Se nas monarquias vale a máxima “rei morto, rei posto”, Brasília está mais próxima da lei da selva: basta que o rei esteja manco para virar caça. E, como disse à reportagem um veterano das articulações da capital, "poder não se conquista rugindo".
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Comentários (3)
luiz antonio - rj
2024-02-18 11:48:53O que falta aos parlamentares é um mínimo de dignidade e vergonha na cara. Maia não foi defenestrado por nada. Simplesmente era um deputado medíocre e irrelevante que deu a maior k gada no mandato tampão. Foi presidente do PFL (por prestígio político do maluco do pai) esfacelou e destruiu o partido. Suas votações eram pífias. Ele, lira, eduardo Cunha tem em comum o fato de aceitar a corrupção como forma de governar. O destino do lira deverá ser o do eduardo. Ulisses Guimarães era altivo,digno
Sislandio Tavares De Oliveira
2024-02-18 10:36:01Poder e poder e que todos os presidentes da câmara querem.
Carlos Renato Cardoso Da Costa
2024-02-17 06:43:41O ocaso de Lira seria uma excelente notícia se não tivéssemos a certeza que virá algo pior. Esse é o condão da política brasileira: gente ruim rompe com normas e decoro institucionais, fazendo com que gente pior que o suceda possa esticar ainda mais a corda.