Impunidade resgatada
O nascimento e a morte do relatório do Coaf com as transações suspeitas de Frederick Wassef mostram o que podemos esperar -- de novo -- dos processos criminais envolvendo poderosos no Brasil
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Depois de dois anos tentando blindar a família do presidente Jair Bolsonaro de um escândalo que nasceu com a revelação das transações atípicas identificadas pelo Coaf na conta bancária do hoje notório Fabrício Queiroz, o advogado Frederick Wassef parece ter aprendido os atalhos – e o timing – para aniquilar provas e minar na origem uma investigação com potencial explosivo. Desde agosto do ano passado, quando Crusoé revelou que um relatório de inteligência produzido pelo mesmo Coaf apontava pagamentos de 9,8 milhões de reais feitos pela JBS a Wassef, o ex-defensor do presidente e do senador Flávio Bolsonaro passou a circular por Brasília advogando em causa própria. A amizade com magistrados das cortes superiores, a influência que ainda exerce sobre quem ocupa o Palácio do Planalto e escolhe integrantes para os postos mais altos do Judiciário e, claro, a atual conjuntura política pró-impunidade, que nesta semana resultou na extinção da força-tarefa da Lava Jato de Curitiba após sete anos, bem como na eleição de um réu por corrupção à presidência da Câmara -- tudo isso rendeu a Wassef uma vitória sui generis no Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Por unanimidade, a Terceira Turma da corte anulou o relatório do Coaf sobre Wassef e trancou o inquérito sobre a relação dele com a JBS, acolhendo a tese de que foi a produção do relatório que se deu de "forma atípica", e não as movimentações financeiras de Wassef. Não satisfeito, o tribunal ainda determinou que a Polícia Federal investigue o "aparato do Coaf" que teria atuado na "quebra indevida de sigilo bancário e fiscal" do advogado bolsonarista e o "vazamento indevido" das informações reveladas por Crusoé.
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Comentários (10)
MARCOS
2021-02-11 10:36:51É assim que funciona a alta cúpula da “justiça” brasileira. Isso é igual em todos os estados. É só investigar que as máscaras cairão. Tudo para os bandidos poderosos e nada para o povo, que é quem paga seus gordos salários. Essa
Rosely
2021-02-11 02:15:58De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto. Rui Barbosa
Cleidi
2021-02-09 14:06:34mais uma quadrilha em Brasília
SILVIO
2021-02-07 18:19:51É verdade que esses "juízes" são minoria no judiciário, mas pelo amor de Deus, onde vamos parar com esse "compadrio" todo?
Maria
2021-02-07 14:05:58Que Juiz é esse ? A cara diz tudo sem ética tome vergonha.
Leandro
2021-02-07 10:27:04Excelente retrato da realidade, não vê quem não quer. Somente uma mobilização massivamente, pacífica fará com que os deputados se sensibilizem (medo mesmo) e votem o que deve ser votado, PEC 2a instância, queda do foro. Em ato contínuo avaliar os processos de impeachment na câmara. Em 2022 elegemos um PR que perseguirá o crescimento econômico, implantar agenda anti crimes, reforma administrativa, tributária, ou seja, não podemos esperar nada positivo do atual governo. Menos Brasília, MAIS BRASIL
Ricardo
2021-02-07 08:39:26Kkkkk fofoqueiros! Procurando cabelo casca de ovo! Seus covardes! Bolso.22
Marcelot
2021-02-07 05:39:54Que feiúra, Ney Bello.
Marcelot
2021-02-07 05:37:34Que feiúra, Ney Bello. Você não precisa se rebaixar tanto para levar o pão para casa.
Solange
2021-02-06 19:04:21Prova de relatório do COAF NÃO SERVE, mas dos criminosos que ranquearam juízes e promotores pode