'Somos espectadores tristes e roubados'
O ator Antônio Fagundes explica por que decidiu não mais usar seu prestígio para pedir votos em campanhas eleitorais e lamenta a condição dos brasileiros diante do circo da política
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No já longínquo ano de 1989, a novela Vale Tudo escancarou a corrupção no país. Na antológica cena final, um empresário envolvido em desvios foge para o exterior e, do alto de seu jatinho, dá uma banana para o Brasil. Um dos protagonistas da trama, Antônio Fagundes vê poucas mudanças na cena nacional desde então. “Ainda tem muito político dando banana para os brasileiros, mas agora é pior: eles nem precisam mais sair do país, eles dão aqui mesmo, na cara dura”, diz o ator nesta entrevista a Crusoé. “Eles comandam esse circo do qual somos espectadores tristes e roubados.” Aos 71 anos, o ator é uma das figuras mais respeitadas da televisão brasileira, mas a pandemia acelerou um processo de reinvenção profissional iniciado antes da chegada do vírus. Durante a quarentena, ele escreveu um livro em que dá dicas de literatura para inspirar novos leitores, emprestou a voz para um audiobook e concluiu roteiros para séries e filmes, que serão rodados tão logo venha a vacinação em massa. “A forma de nos comunicar está sendo redescoberta”, anima-se.
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Comentários (10)
Luis Fernando Lopes
2021-03-28 21:29:13Helena Mader e Antônio Fagundes, Parabéns pela entrevista !!! De forma objetiva desvelou o que pensa esse cidadão tão talentoso, concordo com o A.F, precisamos de uma política de estado e não de governo em relação a pautas tão importantes quanto a cultura e a educação.
SONIA
2021-03-19 21:20:28Interessante a fala idiota dele sobre os teatros acabarem nas mãos dos evangélicos. Nunca ouvi dizer que pastores tomem teatros de empresários... Sugiro q os atores contruam seus próprios teatros e NUNCA os vendam a evangélicos
LSB
2021-02-26 21:24:56Quem acredita que existe tanta gente acreditando em “terra plana” é que, de fato, acredita em “terra plana”.
Jaime
2021-02-24 12:28:02Até CANSA ler reclamações desse povo. Antônio Fagundes é um excelente. E deu um exemplo de política de Estado: museu do Louvre. Porque não citou a Biblioteca Nacional? Ali vigora política de governo ou de Estado? Será que Fagundes sabe o que aconteceu ao também grande ator Gerard Depardieu? Ele foi viver na Rússia? Porque? Para manter o Louvre, A Catedral de Notre Dame, e outros o GOVERNO precisou taxar as grandes fortunas. Os atores SUMIRAM da França. Patriotismo? Só nos filmes...e palavras.
Thiago
2021-02-22 23:33:06Muito bom!
Newton
2021-02-22 20:56:20Boa entrevista. Parabéns!
CARLOS H
2021-02-22 17:48:52Parabéns a Helena Mader e ao cidadão Antônio Fagundes. Eu também me sinto impotente quando nossos representantes resolvem divergir da linha política propalada durante a campanha eleitoral. Não estão nem aí para os eleitores.
Mario
2021-02-22 06:29:02Parabéns Fagundes! Resolvi escrever esse parabéns primeiro pelo legado e pela excelente entrevista, mas escrevi também por vergonha dos comentários mal educados que li. Que tristeza que é a arma da tecnologia nas mãos de gente assim. Se não cultivarmos o respeito, inclusive pelo que discordamos, não existe democracia.
Voto Salva
2021-02-22 05:24:12Na antepenúltima pergunta, ele entrega como a Globo manipula/ou a sociedade brasileira via novelas e telejornais, os quais ele encerra chamando de "consenso social democrático interessante". O Brasileiro foi condicionado a ser gado, tudo errado a décadas e a nossa novela pessoal consumindo todo nosso tempo na correria para lidar com todos obstáculos que são plantados para exatamente travar tudo, deixando o cidadão sem energia para melhorar o pais, ficamos acostumados que politico roubou e normal
Raul
2021-02-21 23:47:46Muito boa entrevista. Parabéns pela postura coerente, séria e competente, Antonio Fagundes. Reconhecer um equívoco é o primeiro passo da grandeza da vida.