O capitalismo camarada resiste
Sérgio Lazzarini, o doutor em administração que expôs a lógica da política lulista dos campeões nacionais, diz que as relações indevidas com o empresariado seguem firmes no atual governo, apesar do discurso
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Engenheiro por formação, Sérgio Lazzarini, de 50 anos, seguiu carreira acadêmica e tornou-se um dos principais estudiosos do setor público no Brasil. Professor titular da escola de negócios Insper, com doutorado em administração, ele escreveu dois livros fundamentais para entender as interações entre o governo, as empresas privadas e as estatais. O primeiro, chamado Capitalismo de Laços, foi lançado em 2010, no auge da política lulista dos “campeões nacionais” e aborda aquilo que também é chamado de “capitalismo de estado” ou “capitalismo de camaradas” (crony capitalism, em inglês). Na obra, ele destrincha as relações entre as empresas privadas, que financiavam as campanhas eleitorais, e o governo, que retribuía os favores com empréstimos e contratos vultosos. Cinco anos depois, em 2015, Lazzarini lançou em coautoria com o mexicano Aldo Musacchio, professor da Universidade Harvard, o livro Reinventando o Capitalismo de Estado, em que denunciava o excessivo intervencionismo nas estatais.
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Comentários (10)
Ruy
2021-04-16 14:48:18Estatal bo é estatal privatizada. Vejam o caso mundial do petróleo. No Brasil, pagamos na bomba uma série imensa de mordomias e privilégios
JoseRMonteiro
2021-04-07 21:05:51No país mais rico e bem sucedido do mundo é tudo privado. No segundo, o controle é estatal. O que não funciona, são, a má administração e convivência das duas gestões. No Brasil, eu acho, que pela bagunça e despreparo só a gestão privada funcionaria, pelo menos até formar massa critica de capital e tecnologia.
De novo privatização
2021-04-07 15:01:43O Centrão é quem manda como nunca neste país.
Afranio
2021-04-07 07:36:47Brasil em Lockdown atingiu o maior número de mortes por Covid por dia. Será que esses Governadores entenderam, ou precisa desenhar ?
JOSÉ
2021-04-06 13:49:24Ótima entrevista, contudo as sugestões dadas pelo Professor nunca serão implementadas pois os políticos não querem modernizar o Brasil. O Brasil sempre será isso, quando esta prestes a cair no precipício fazem um arranjo e há uma pequena melhora e dai começa novamente a ir para o precipício. Nunca sairá disso e com isso só aumentam a pobreza e a miséria.
KEDMA
2021-04-04 10:59:40Ótima entrevista! Uma pessoa com ideias claras e vai direto ao ponto. Parabéns Duda. Gostei muito da frase dele "a corrupção aleija, mas a má política mata."
Ricardo
2021-04-04 10:41:01Gostei da entrevista . Simples , objetivo e clara as colocações do dr Sérgio! Raciocínio moldado no cartesianismo de sua formação de engenheiro.
Marcelo
2021-04-04 07:00:41Excelente entrevista. Precisamos de pessoas como o Sérgio integrando "conselhos de notáveis" que possam debater propostas e propor reformas a serem apreciadas pelo parlamento e pela população via referendos. Não dá pra esperar de nossos quadros políticos a solução dos nossos problemas.
Teomar
2021-04-04 01:57:56POLÍTICA BRASILEIRA DE PETRÓLEO IV - Pagamos por combustível caríssimo em razão de uma política ,estúpida, nefasta, voltada a interesses no mínimo suspeitos. Quando o entrevistado afirma que a política de segurar os preços dos combustíveis da Petrobras é mais danosa à empresa do que a corrupção, esquece que, no primeiro caso , o dinheiro que a empresa perde, vai para o bolso do povo. No segundo, compra vida nababesca no exterior.
Teomar
2021-04-04 01:43:47POLÍTICA BRASILEIRA DE PETRÓLEO III - Nossas refinarias não foram construídas/adaptadas/convertidas para operar óleo pesado. Não houve/há investimento em tecnologia de refino. O Brasil recorre ao mercado flutuante mundial para comprar óleos e refinados . Por isso a bomba de gasolina, óleo diesel, é movida a dólar, moeda que está fora do nosso controle. Sobe o dólar, sobe a gasolina. Desce um pouco o dólar, o preço da gasolina fica onde está. Por que baixar se vai subir de novo?