O cientista politico Aurelian CraiutuO cientista político Aurelian Craiutu: diálogo com os radicais - Foto: Divulgação

Aurelian Craiutu: Dê uma chance à moderação

O cientista político explica o que constitui o estilo dos moderados, aponta as instituições que eles defendem de maneira intransigente e diz por que os partidos, em vez de sufocar, deveriam valorizar políticos desse tipo
12.01.24

O cientista político Aurelian Craiutu nasceu na Romênia em 1966 e conheceu em primeira mão os efeitos da dominação comunista. Segundo ele, essa é uma das prováveis razões do seu interesse pelo conceito de moderação na política. Hoje professor na Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, ele vem dedicando boa parte de sua pesquisa acadêmica a desvendar o sentido da moderação e a estudar suas manifestações na história. Já são três livros dedicados ao assunto: A Virtue for Courageous Minds (2012), sobre aqueles que pregaram a moderação nos tempos da Revolução Francesa; Faces of Moderation (2017), sobre os intelectuais do século 20 que exemplificaram essa postura; e o recém-lançado Why Not Moderation? – Letters to Young Radicals (2023).

Ao contrário das obras anteriores, mais voltadas aos especialistas, o novo livro se dirige ao leitor comum. Encena uma série de diálogos entre o autor e dois jovens personagens, uma radical de esquerda e um radical de direita. Craiutu procura mostrar a eles que a moderação não é uma posição política vazia de conteúdo, ou seja, não significa falta de compromisso com qualquer tipo de ideal. Até mesmo uma espécie de “moderação radical” seria possível, fundada no abandono de certezas imutáveis e soluções definitivas para os problemas do mundo.

Neste episódio de Crusoé Entrevista, Craiutu explica o que constitui o estilo dos moderados, aponta as instituições que eles defendem de maneira intransigente, discorre sobre exemplos como Raymond Aron e Norberto Bobbio e diz por que os partidos políticos, em vez de sufocar, deveriam valorizar suas vozes moderadas. “Elas estão especialmente capacitadas para construir pontes entre posições que parecem irreconciliáveis”, diz o autor.

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