LeandroNarloch

Escola chinesa, o oposto de Paulo Freire

21.02.20

É uma pena que o Reddit não seja popular no Brasil como nos Estados Unidos. É uma rede social menos política, menos polarizada e com debates melhores que o Facebook ou o Twitter. Reúne o que restou de blogueiros do início da internet, quando ainda havia paciência para longas reflexões fora da trincheira partidária.

Pois bem: um debate interessante tem acontecido ali e no blog de Scott Alexander, um dos participantes mais ativos do Reddit. O tema: será que pais endinheirados dos Estados Unidos e de todo o Ocidente, ao se preocuparem apenas com o conhecimento e a criatividade dos filhos, não estão criando gente indolente, sem disciplina ou autocontrole?

O ponto de partida da discussão é o livro Little Soldiers, em que a americana Lenora Chu descreve esquisitices e horrores de escolas chinesas. Depois de se mudar com a família para Xangai e inscrever o filho numa pré-escola chique da cidade, Lenora notou mudanças de comportamento do filho. Estava mais quieto. Passou a pedir para comer ovos cozidos, coisa que antes detestava.

Como o garoto aprendeu a gostar de ovos? “Lenora descobriu que Rainey estava sendo forçado a comer ovos. Quando ele recusava a comida (como sempre fazia), a professora juntava o ovo no chão e o empurrava na boca da criança. Quando Rainey cuspia o ovo (como sempre fazia), a professora repetia o gesto. O ciclo se repetia de três a cinco vezes até que o garoto se rendesse.”

Basicamente, a pré-escola da China – país que já ficou em primeiro lugar no PISA – baseava-se em muita autoridade e nenhuma criatividade. Nada de aprender pelo contexto ou com suas próprias ferramentas, como pregava Paulo Freire. “Ficamos sentados parados”, respondeu o filho de Lenora sobre o que faziam o dia todo na escola.

Lenora precisou subornar uma funcionária para poder passar uma semana numa escola. Descobriu que o garoto falava a verdade. As crianças de 3 anos passavam horas sem se mexer, ouvindo gritos da professora sempre que avançavam uma perna e escorregavam da postura.

É difícil aceitar tanta rigidez, mas talvez as escolas americanas (e as brasileiras mais gourmetizadas) pequem pelo contrário. Preocupados demais em evitar traumas, “estimular a criatividade” e – o clichê que mais me tira do sério – “formar cidadãos”, pais endinheirados deixaram de lado as “virtudes não cognitivas” – a disciplina, o autocontrole, a perseverança.

Como diz um amigo, muita escola particular da Vila Madalena, em São Paulo, é na verdade uma fábrica clandestina de videoartistas. Seu egresso típico é – além do videoartista – o doutorando em História que aos 40 anos ainda mora com ao pais e luta para arrumar o quarto e entregar a tese.

Ao voltar de férias para os Estados Unidos, Lenora Chu percebeu que o filho estava mais educado que os parentes americanos da mesma idade. Fazia contas de matemática mais difíceis que as dos primos mais velhos. Gritava menos, pedia licença aos adultos e evitava comer bobagem.

Basta observar crianças num restaurante em São Paulo para concluir: sim, um pouco da autoridade chinesa faria bem à indolência brasileira.

Leandro Narloch é jornalista e autor do 'Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil'.

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  1. Não ha aprendizado sem disciplina, não se formamos cidadãos ensinado rebeldia , um atleta, um medico, um engenheiro ou qualquer profissional sem disciplina esta fadado ao fracasso

  2. A China é a primeira no PISA e o Brasil o penúltimo graças ao utópico Paulo Freire, formador de analfabetos funcionais. A versão somente supera os fatos quando o analista sofre de imunização cognitiva.

  3. Não é atoa que as escolas cívico-militares estão fazendo sucesso aqui em Brasília. A disciplina faz parte da formação de um bom carácter!

  4. Ótimo texto. Parabéns pela coragem de discorrer sobre esse assunto, vivemos um tempo em que parece um crime falar em disciplina.

  5. Nem tanto ao céu nem tanto a terra. O perigo não está em uma ou outra prática escolar, mas sim nos extremos. Radicalizar seja pela formalidade ou por seu contrário a informalidade é sempre ruim. Para encerrar um velho clichê: "A virtude está no meio termo". Ou não?

  6. É isso, Paulo Freire prega basicamente q crianças têm direitos antes de deveres, daí o cara crescer e continuar achando q não tem deveres. Os chineses ensinam q para merecê-los (os direitos), o indivíduo precisa conquistá-los. Talvez não com TANTO rigor, ou exageros, estou com os chineses.

  7. As chamadas virtudes não cognitivas são forças modeladoras do caráter e da personalidade humana tão importantes quanto a criatividade e características correlatas. Sabemos que a maior parte da disciplina, autocontrole e persistência são desenvolvidas no âmbito do seio familiar embora isso não deva ser entendido que à escola não caiba um papel importante nessa construção. Como um não especialista mas curioso no assunto, tenho a impressão que existe uma carência significativa dessas qualidades.

  8. Texto muito interessante. Sinceramente, não se o modelo ocidental leniente é uma obra do acaso. Ao analisar o contexto em que estava inserido o Brasil quando passou a transitar do modelo tradicional, baseado na disciplina, para as bases de Paulo Freire, verifica-se que havia um propósito. Tratar crianças entre 0 e sete anos como pequenos adultos é perder o melhor momento para forja do aço de boa têmpera. O está cada vez mais competitivo, é o nosso Serengeti. Temos que estar prontos para ele!

  9. O que faz desse país o que ele é, é tão somente muitos direitos e poucos deveres... Quando na verdade haveria a necessidade de ser o contrário. Em um país que o lema é "ORDEM E PROGRESSO" muitas pessoas não sabem ao menos ler, o que aquela sopa de letras significam na bandeira. Percebo sim, que só a violência gera compreensão. Precisamos muito, desta ideologia em nome do progresso, do questionamento.

    1. Caro Newton, o exemplo dado, usual na China de Mao, não é castigo extremo?

  10. Li a seguinte frase recentemente: Crie seus filhos para poder mimar seus netos, pois se mimar seus filhos, vai ter que criar seus netos. Todos sabemos que o equilíbrio em todas as ações da vida é o que faz a diferença. Disciplina é apenas uma das muitas atitudes a serem ensinadas nas escolas e nos lares e em todos os momentos da vida. A ausência total de castigo é tão ou mais prejudicial do que castigo em extremo.

  11. Um texto que tenta chocar pelo exemplo do extremo oposto da nossa educação. Pode ser divertidinho de ler, mas não ajuda em nada a melhorar a forma como educamos as nossas crianças.

    1. Isso. Vamos continuar a evitar traumas e deixar que as crianças continuem decidindo o que fazer quando bem quiserem.

  12. País escravagista e ditatatorial, de esquerda ou de direita, não devem ser tomados como exemplo educacional. Sobretudo a China de Mao , do livro vermelho e da lavagem cerebral dos jovens (que já devem estar assumindo a alta cúpula) Esse garoto, pelo trauma, pode ser o “assassino do ovo” in USA. Perdoem pela projeção dessa possibilidade, mas...

    1. Desculpem-me: País escravagista...não deve ser tomado...

  13. Muito boa esse “momento Educação Antagonista”. Com 45 anos como Educador, nunca tendo abandonado a sala de aula, recomendo que não nos encantemos com a educação de um país politicamente (e culturalmente) escravagista, com segredos milenares e só aberto a nos, como mercado, nos idos Nixon. Esse garoto americano que engoliu seno, cosseno, cotangente e essa “porra de hipotenusa”, pelo trauma imposto se tornar o “ assassino do ovo” in USA. Me perdoem, mas isso é, infelizmente, possível.

    1. A abordagem jornalística teria sido completa se tivessem ouvido os educadores sobre nossos reais problemas.

  14. Perfeito comentário e irretocável conclusão. Uma vez mais, parabéns Leandro, pela clareza e oportunidade da manifestação. É, sem dúvida, o que faz imensa falta aos jovens brasileiros: comer ovos, ainda que detestem.

  15. Adotar posições extremas, inclusive na educação das crianças, comprometem possíveis índices positivos. Criatividade e conhecimento podem, sim, caminhar juntos.

  16. AHH o Partido Socialista Chinês cria soldadinhos da fábrica p/ o horror dos Direitos Humanos e dos Sindicatos, que nunca verão uma greve por lá

  17. A escola não é lugar para educar e sim para o aprendizado da matemática, da língua, da moral e d ética. A criança deve ser educada em casa. A educação deve ser dada e ensinada pelos pais.

  18. Não sei de onde o meu xará tirou a afirmação (?) de Paulo Freire sobre a aprendizagem escolar "pelo contexto ou com as suas próprias ferramentas". Os escritos de Freire, da Pedagogia do Oprimido à Pedagogia da Autonomia, jamais foram direcionados para a educação escolar formal, mas para camponeses e movimentos sociais identificados com a ideologia marxista-stalinista. Com efeito, quem quiser aprender alguma coisa sobre pedagogia, a partir de Freire, vai ficar literalmente a pé!

  19. Depois de morar por mais de uma década na Inglaterra trabalhando com crianças e, hoje, morando nos Estados unidos e continuando meu trabalho como professora, concordo que as crianças brasileiras são as mais deseducadas do mundo e, seus pais, os mais preguiçosos quando o assunto é educação. O grande problema, a meu ver, é o esnobismo brasileiro. Arrumar a sua própria cama -coisa corriqueia na Europa e US - , tirar o prato da mesa e colocar na lavadoura de louças, é ' humilhação'. É jeca. É triste

  20. infelizmente o respeito pelo outro e até a civilidade, passam longe de algumas escolas. o método paulo freire faz muito mal ao Brasil, temos a matemática opressora e alunos doutrinados incapazes de pensar por conta própria. Isso fica escancarado em exames internacionais e na performance desses alunos na vida adulta. Ninguém quer uma escolha chinesa, mas está claro que muito tem que ser mudado no Brasil, e urgente!

    1. Os exemplos estão ao nosso alcance a séculos. Família e Escola são nossas bases. Países cultuam suas tradições no ensinamento com perseverança, Em nosso País em cada governo cria-se um tipo de educação, os mestres são desvalorizados e desprestigiados. Como formar crianças nesse contexto ??? As leis sociais tomaram os filhos dos pais e os educadores estão reféns da politicagem.

  21. Foi uma sacada inteligente mostrar que nem na China comunista Paulo Freire é levado a sério. Ponto para o autor. Mas faltou dar nome aos bois. Um ponto a menos. A disciplina é algo que está na cultura milenar chinesa, seja no respeito aos mais velhos e aos antepassados, na caligrafia, nas artes marciais e na vida monástica, muito antes do comunismo. Cinco pontos a menos. O autor já insinuou que é melhor estar em quarentena na China do que viver no Brasil. Dez pontos a menos.

    1. Ignorar a crueldade do regime comunista contra dissidentes e minorias étnicas, além das atitudes imperialistas cada vez mais ousadas, é um grave erro de avaliação ou falha de caráter. Vinte pontos a menos. Vai gostar de comunismo assim lá na China.

  22. Seu texto dá a entender que só se consegue disciplina e autocontrole a partir da aplicação do método chinês nas escolas. Discordo, e digo mais: moro na Malásia há quase um ano e aqui moram muitos chineses. Se a escola deles criam seres “autocontrolados” e “disciplinados”, não sei,mas sei que geram crianças possessivas e antissociais. “O que é meu eu não divido” e “só brinco com chineses, para chineses. Não geram crianças que sabem resolver problemas e serem “globalistas”.

  23. #DIADOFODA-SE - MANIFESTAÇÃO NACIONAL em apoio a BOLSONARO e ao General HELENO na luta contra as chantagens do Congresso - 15/março - COPACABANA - POSTO 5 - 10h - O POVO de BEM de todo o BRASIL nas ruas. Precisamos de muitos, para demonstrar força em todo o canto do BRASIL. Eles têm medo das URNAS. O PREÇO DA LIBERDADE É A ETERNA VIGILÂNCIA. Divulguem ao MÁXIMO.

    1. O problema é que no Brasil disciplina é tratada como tirania. Esta é, na verdade, o excesso de disciplina. Pelo menos não é isso o que a reportagem prega pois fala em "um pouco de disciplina", não propõe o modelo chinês completo mas sim a inspiração no exemplo de como a disciplina ajuda. Ela é, na minha opinião, o meio para tudo na vida. Como trabalhar bem sem disciplina? Como concretizar um projeto sem disciplina? É disso que estamos falando. Escolas devem sim cultuar a disciplina.

    2. Não entendi a incompatibilidade de disciplina e democracia...

    3. Cleidi, democracia mal entendida e aquela à qual você se refere. Sou professora e consigo aliar democracia em sala de aula com disciplina

  24. A questão da disciplina tem sido fruto de muitas polêmicas. Foi instituído, especialmente nos governos esquerdistas, que o aluno, criança ou adolescente, pode tudo, faz o que quer e não se pode cerceá-lo de nenhum modo. Aqui aplico o título de uma livro do finado Betting: Na prática a teoria é outra... Temos o exemplo citado no texto, e, todos sabemos que no oriente, particularmente na China o Japão, o estudo é obrigatório e gratuito desde o século XIII, e lá o "obrigatório" não é uma opção.

  25. Assisti uma palestra do Paulo Freire nos oitenta no auditório Elis Regina no Anhembi. Quando iniciou tinha uns 50% de lotação. Quando sai, mais ou menos com 30 minutos de "palestra", tinha umas 20 pessoas. Não dava pra encarar. Só dizia bobagens!

  26. Que legal seu texto, só faltou dizer que na fase adulta os chineses se suicidam por consequência desse tipo de autoritarismo na infância.

    1. Oi Francisco, nossos jovens se matam por falta de conexão com seus pais. Pq no auge do autoritarismo, melhor ignorar que acolher.

    2. E os nossos jovens? Por que se suicidam? Talvez por exagerada liberdade sem noção de limites e sem receber lições que moldem caráter, ética e outros atributos hoje relegadas ao passado.

    1. Os filhos do Bolsonaro foram criados a la Paulo freire. Visto a idade deles. Então já viu. Mas não deixam de ser impulsivos como o pai. Mas ótimos filhos, pois cuidam muito bem do pai.

    2. A família mais proeminente da direita brasileira é um exemplo clássico de filhos indolentes, mimados, despreparados e que destilam sua péssima educação doméstica diuturnamente. Idiotice não tem partido.

  27. A educação no Brasil (me referindo àquela "coisa" que se obtém no lar, junto à família), passou, de uma geração para outra, do estágio "não pode nada!", para o estágio do "pode absolutamente tudo", pulando a fase negociada e civilizatória do "vamos conversar a respeito". Parece que os pais preferem, hoje, assinar procuração para as escolas, deixando que aquelas decidam o que achem melhor. O resultado não poderia ser outro.

    1. Elson, você está certo. Os pais delegam aos professores a educação de seus filhos. Abdicaram da maior responsabilidade de suas vidas.,

  28. Sobre os professores egressos doutorandos em história: alguns são PROIBIDOS de trabalhar, sob pena de perder a bolsa. Foi a desculpa que me deram. E acrediteeeeeeeei...

  29. Só vão aonde querem, do comem o que gostam. E ainda levam a(o) namorada (o) pra dormir em casa. E aos dezoito anos, ganham seu primeiro carro, sem qualquer esforço despendido para isso. É isso aí minha gente! Nós moldamos nossos filhos para serem o que são hoje. Não por nossa culpa, pois não era essa a intenção, mas de nossa total responsabilidade. E a escola entra nessa história apenas com sua parcela de responsabilidade. A maior é nossa mesmo, os pais.

  30. Complementando, passamos por muitas privações, tendo que começar a trabalhar cedo para ajudar financeiramente em casa, estudar à noite e pagar a própria escola, andar de ônibus e por aí vai. Quando tivemos nossos filhos, a nossa intenção - a melhor possível - era de que não queríamos que eles passassem por isso. Começamos pela democracia familiar, onde eles podem questionar tudo, pagamos escolas caras, aulas de inglês, vão de carro com motorista ou de van.

  31. Concordo parcialmente com esse diagnóstico, uma vez que a escola é apenas uma parte no processo educacional. Seria uma simplificação muito grande atribuir a ela - escola - e suas conhecidas deficiências a responsabilidade única pela indolência de nossos filhos. A maior responsabilidade recai é sobre nós, os pais. A minha geração - nascida nos anos 1950 - foi criada com disciplina rigorosa em casa, seguida de igual rigor na escola. Além disso, as condições de vida eram bem mais limitadas.

    1. Certíssimo! As pesquisas apontam. que a escola responde por só 30% da educação. Os outros 70% vêm dos pais e das pessoas de convívio, parentes, amigos, clubes, igrejas, etc.

    2. Decerto erramos por querer dar aos filhos o que não tivemos e o que não gostávamos. Penso que demos nossa ilusão certos de que eles a concretizaram. Surreal essa vida!

  32. Por essa época em que a tal Escola da Vila Madalena teve um certo protagonismo ( anos 80) meus filhos estudavam numa escola de origem alemã onde, literalmente, andavam na linha. Meu filho se adaptou muito bem à escola, gostava do sistema e era estudioso. Minha filha, mais rebelde, detestava. Aliás , ela não gostava de escola nenhuma - me deu mais trabalho. Mas, enfim, cada um a seu modo foi bem sucedido. Não creio que haja uma receita que sirva a todos.

  33. Com povo educado dá muito trabalho ter mamatas e conseguir vaga no congresso nacional. Necas de pitibiriba, o negócio é avacalhar e deseducar.

  34. Deveriamos aprender com as escolas japonesas. Sem os exageros das escolas chinesas, mas onde os estudantes participam de tudo. Limpeza das classes, confecção e distribuição dos lanches, limpeza das mesas após comerem, limpeza de banheiros, etc. e principalmente atitudes educadas com os colegas e professores. Disciplina é o que falta aos nossos estudantes.

    1. Falta, também, país e mães que educam dentro de casa. Escola é para escolarizar.

  35. Lembrando ainda que estamos falando de escolas particulares no Brasil, onde temos o diretor/ proprietário e o aluno/cliente. A privatização do nosso ensino transformou nossas escolas em empresas que tomam medidas focadas muito mais em parâmetros econômicos do que educacionais.

    1. Concordo! Escolas são produtos de consumo: tem para todas as classes sociais.

  36. Finalmente, parece que o óbvio ululante (nada a ver com o verme) está vindo à tona!!! Ainda há esperanças... Enquanto pedagogas continuarem se preocupando com o bem estar do aluno e as escolas continuarem com essa estupidez do "Eva viu a uva" continuaremos o que somos: Um dos países que mais investem em educação e que apresenta os piores resultados frente a outros países...finalmente levantaram a bandeira . Vamos parar de culpar o ministro e reformular o lixo que é a educação brasileira

  37. instigante! o exagero é cômico porém provoca a reflexão. não sei se o que colocou é real na china ou nos eua, porém a realidade que vejo na escola (melhor do rio no enem) dos meus filhos é irônica. noto que o excesso de tolerância está deixando os pequenos intolerantes. criaram uma nova disciplina chamada emocionar para trabalhar as frustrações, as relações... não era melhor voltar com a moral e cívica ? eu estudei nesse colégio e os freis batiam com uma palmatória na mesa.éramos bem tolerantes!

  38. Desconhecia o contorno da escola chinesa, mas a frouxidão de costumes e trato com o que costumamos chamar de nossas crianças, vêm formando gerações de adultos irresponsáveis, frustrados e incapazes de lidar com qualquer dificuldade ou situação antagônica. No noticiário aparecem cenas, quase diariamente, de jovens adultos em flagrantes de vandalismo e violência e referidos como vítimas, retirando-lhes a responsabilidade por seus atos.

  39. que retorne aos currículos escolares o ensino de Educação Moral e Cívica, para tentar iniciar o respeito ao coletivo. isto se pais idiotizados deixarem

    1. Educação moral e cívica foi a maior inutilidade que já se criou no Brasil.

  40. Tenho 64 anos e em 1964 entrei aos 7 anos para uma escola estadual no interior de Minas, de onde saí aos 17 anos aprovado em um curso de Engenharia em uma faculdade federal. Disciplina não faltava, fila para entrar na sala de aula, hino nacional, Pai Nosso, obediência imediata às ordens do diretor e dos mestres. Mas em um clima de amizade com os mestres, brincadeiras mil no recreio, participação cultural e esportivas, em bandas, fanfarras e competições. Muita liberdade e incentivo à leitura.

  41. Não digo que deveríamos chegar à níveis de coisas assim ,como na China,mas que um puxaozinho de orelhas,de vez em quando, faria subir o nível de aprendizado de nossas crianças. Ah se faria........e como faria!

  42. Já li sobre, não me lembro onde, por isso não consigo oferecer a fonte aqui, mas uma boa forma de investigar as raízes do sucesso da educação chinesa é observar a antiga educação no ocidente, rígida e conteudista...

  43. infelizmente o que ocorreu foi a quase destruição da celula mater da sociedade ou seja a família tradicional com seus valores inclusive pai e mãe normais O STF através de um ministro ativista, holofotico e já aposentado criou a família com pais fakes ou trans Lastimável

  44. Nem tanto ao mar nem tanto a terra. Realmente os dois lados produzem idiotizados. A China produz macacos adestrados, muito bom em raciocínio e educação mas aceitam o autoritarismo ajoelhados. No Brasil são muito criativos, inclusive para roubar, infringir leis, mal educados.

    1. isso mesmo. Que de a liberdade de criar com a responsabilidade de respeitar limites, diferenças e respeito aos professores

  45. O pior, Leandro, é que essa falta de disciplina evolui para total falta de princípios morais, onde o interesse coletivo sucumbe aos egoísmos individuais. O resultado é o que vemos no congresso!

  46. Sempre digo que o caminho do meio sempre é o melhor. Disciplina e treinamento sempre devem nortear a educação e o ensino (vejam que uso dois termos distintos). Mas nunca no nível da rigidez militar dos adultos.

  47. O Brasil, infelizmente, é um exemplo do outro extremo! Crianças mimadas,mal-educadas e burrinhas. Há poucos meses, no lounge de um aeroporto europeu, chamou-me a atenção uma mãe repreendendo os filhos por falarem alto, o que poderia incomodar outras pessoas! Que inveja!

    1. Pois é. No Brasil nós é que não podemos incomodar as crianças. Sou psicóloga de crianças e adolescentes e vejo cada dia mais pais reféns dos filhos. Uma desgraça para ambas as partes

  48. Or,ora,ora...você esta tendo desejos por Escolas Militares! Acredito ser muito óbvio que a disciplina é essencial para um bom aprendizado. E é óbvio também o desperdício de tempo dos alunos nas escolas brasileiras, que poderia ser muito melhor aproveitado. Vejo o povo brasileiro como um povo de grande potencial, criativo, inteligente, na sua maioria honesto, trabalhador. Se unirmos a estas características a disciplina que é possível obter nas EM, teremos grandes ganhos para toda a sociedade.

  49. Faz sentido, apenas uma indagação: não seria a introspecção da criança um sintoma de depressão ou infelicidade causada pelo autoritarismo!? Ou a falta de autoridade e de referência é que levariam a tanto!?

  50. aqui ou seria abandonado ou pai tiraria da escola e daria o novo videogame incentivar ia o perfil i***** do Facebook existen métodos e métodos no caso o chinês funciona a 7000 anos o resultado do Pisa na China resultado do método aqui quando a criança não come ovo ele chama o McDonald's em porcaria uma criança de gordura e carboidrato depois escreve artigos acadêmicos sobre obesidade mórbida

  51. Excelente teu artigo. Provoca a reflexão embora certamente vá atrair a ira de alguns setores. Pensar sobre isso é importante e necessário. Conhecimento, habilidade e atitude nessa ordem e em grau de dificuldade faz parte de qualquer treinamento e educação. Atitude é de longe o mais difícil.

  52. Um alento: todo exagero passa. Minhas filhas 04, 06 e o filho 05 estudaram no auge do "formar cidadão" (escola plural). Eu dizia: quero a nota, o boletim. E a escola: sua filha é generosa, etc. Seu filho é levado, briguento, mas é solidário, etc. E eu: o comportamento dela(e) eu sei. Briguei muito, não adiantou. Sorte que os 3 tiveram o exemplo das 01, 02 e 03. Elas tinham de estudar, decorar (tabuada, sódio = Na), faziam prova, eu assinava os boletins. Os pequerruchos foram meio que na onda.

  53. Sem disciplina não se consegue nada. Mas um pouquinho de carnaval e sacanagem criativa precisa permanecer. É a marca do Brasil, exaltada por Gilberto Freira e repudiada por Sérgio Buarque. Há institutos que produzem gente assim. Já viu o nosso ganhador da medalha Fields, o matemático. Parece um autômato, autista. É preciso educar para a empatia e a criatividade também. Um modelo misto por favor.

    1. Maja, meu filho é autista, muito bem educado sim, muito mais que os colegas (a maioria dos autista são hiperativos, viu?!), muito empático, e até sabe dançar (menos música ruim, claro). O autismo vem, sim, crescendo de forma epidêmica, e na maioria dos casos os sintomas são graves e difíceis de enfrentar, ao contrário do que ocorre com o meu filho, as razões são muitas e pouco conhecidas; então não fala besteira sobre o que não conhece, pode acabar pagando a língua em casa.

    2. Agora entendi o crescente aumento de diagnóstico de autismo nas crianças brasileiras: se com três anos não dança na boquinha da garrafa, aos quatro street dance, aos cinco mestrado em funk e o pós doutorado na tábua, tem algum tipo de autismo.

  54. O exemplo da China é extremo e ruim, mas a cultura ocidental está deixando de ensinar o básico de ética do trabalho e relação social. Como dizia uma velha tirinha do Dilbert, as empresas pagam as pessoas para fazerem o que elas não querem fazer por livre e espontânea vontade, e se o trabalho fosse divertido, elas cobrariam das pessoas para proporcionar aquela experiência. A juventude do ocidente aprende que só por existirem elas merecem as coisas, e que devem fazer o que querem recebendo.

  55. Ao contrário do MARCOS, não gosto deste (estilo) rapaz. Não ajuda em nada colocar um outro extremo contra o nosso. Não dá pra melhorar um extremo porque ele peca nos princípios. Em vez de olhar para a China, cujos princípios são os mesmos de Paulo Freire, ainda que por diferentes métodos... olhemos para quem educou a sociedade ocidental antes da Revolução Francesa, para Anchieta, Bosco, etc.

  56. Excelente! Essa linha educacional, com leve tendência ao meio termo, é tudo de que a educação e o ensino no Brasil estão precisando. Pega firme, Weintraub!

  57. Meu Deus, essa educação chinesa pode ser ótima para se criar robôs. No entanto, será que gostaríamos de ver nossos filhos serem tratados assim?

  58. Leandro foi claro ao dizer "UM POUCO" de autocontrole, disciplina e perseverança chinesa seria muito bom. Qualquer método que não estimule essas 3 características é incompleto.

  59. Acho que, antes de tudo, é uma questão cultural. Afinal, estamos falando de um país que tinha imensas dificuldades para alimentar seu 1,5 bilhões de habitantes; que controla a natalidade ainda com mão de ferro; que convive com a proliferação mortal de vírus continuadamente renovados. Pensando bem, prefiro o Brasil!

  60. Eu adoro o estilo desse rapaz. As escolhas dos temas, enfim. Mais um excelente artigo. Pena que pouco lido e nada a ser aplicado. Seguiremos na nossa hipocrisia coletiva criando “video artistas”, cidadãos padrão Alcolumbres e Maias, vagabundos de todas as matizes e a China..... bem a China é outra história.

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