Yigal Carmon, do MEMRI: “A Al Jazeera é o megafone do Hamas”

O Instituto de Pesquisa de Mídia no Oriente Médio (MEMRI, na sigla em inglês) é uma janela privilegiada para saber o que os muçulmanos dessa região pensam sobre diversos assuntos. Com sede em Washington, a organização monitora mais de 100 canais árabes e islâmicos, diariamente. Quando apresentadores ou entrevistados destilam antissemitismo ou outras barbaridades, os analistas do MEMRI traduzem as mensagens e as publicam no site do instituto e em suas redes sociais.

De todos os canais que são monitorados, o presidente do instituto, Yigal Carmon, destaca o trabalho da Al Jazeera, com sede no Catar.

“A Al Jazeera é o megafone do Hamas. O Catar deu a eles um canal 24 horas por dia. A guerra começou com uma declaração de guerra na Al Jazeera na manhã do sábado, 7 de outubro“, disse Yigal Carmon ao Crusoé Entrevistas.

Carmon critica o fato de o governo do país, liderado por Tamim bin Hamad Al Thani, colocar-se como um mediador de conflitos pelo mundo e, ao mesmo tempo, hospedar grupos terroristas em seu território. “O Catar é um Estado que patrocina o terrorismo islâmico“, afirma Carmon, que assiste à Al Jazeera “24 horas por dia“.

“Eles criam o terror e daí chegam e dizem que são mediadores. ‘Nós temos boas relações com eles’, dizem. Mas por que eles têm boas relações com os terroristas? O que os terroristas estão fazendo na capital do Catar há anos? Eles são os comandantes. É loucura“, diz Carmon, que foi assessor em contraterrorismo para os primeiros-ministros israelenses Yitzhak Rabin e Yitzhak Shamir.

Além de dizer que os judeus devem ser expulsos da Palestina, esses canais têm os cristãos como alvos. “A Al Jazeera tem um documentário de quatro horas sobre como a Andaluzia foi perdida. Segundo eles, isso ocorreu por causa de brigas internas entre os muçulmanos. ‘Se não tivessem ocorrido essas lutas internas, a Andaluzia seria nossa’, eles dizem. Isso é o que diz a Al Jazeera“, diz Carmon.

Carmon também diz que os discursos dos terroristas são os mesmos de alguns líderes muçulmanos do século 7. “Nós não podemos ganhar esta guerra porque estamos comparando uma cultura em que as pessoas amam a vida com outra em que as pessoas dizem que amam a morte. E citam Khalid ibn al-Walid, do século 7. Na batalha contra os persas, al-Walid disse: ‘Convertam-se ao Islamismo e estarão seguros. Se não se converterem, saibam que nós voltaremos com as pessoas que amam a morte tanto quanto vocês amam a vida“, diz.

“O que eu posso dizer sobre ideologia é que o Hamas é uma organização religiosa que segue os ensinamentos do século 7. Eles acabaram de fazer outro ataque do século 7. É assim que funcionava naquela época, mas, em vez de picapes como agora, eles usavam camelos. Eles atacavam os infiéis e voltavam com o butim: mulheres, crianças, bens. Então esse foi mais um ataque. É o que eles fazem“, afirmou Carmon em conversa com os jornalistas Felipe Moura Brasil e Duda Teixeira.

Assista ao vídeo abaixo: