Para dar certo, empresas privatizadas devem ficar livres de intervencionismo

Sérgio Lazzarini, do Insper, afirma que governos precisam deixar o monitoramento das companhias privatizadas a cargo das agências reguladoras
08.09.23

Privatizações tendem a melhorar a eficiência dos serviços para a população e a baixar os preços cobrados, mas para que sejam bem-sucedidas é preciso que os governos trabalhem em prol do modelo. “É preciso ter funcionários públicos técnicos, que entendam e saibam formular políticas. A área pública tem que ter um compromisso público mais ou menos estável“, diz Sérgio Lazzarini, autor do livro A Privatização Certa: Por que as empresas privadas em iniciativas públicas precisam de governos capazes.

Segundo Lazzarini, é importante encontrar políticos que estejam dispostos a respeitar o livre mercado, sem usar a mão pesada do Estado. “Temos aqui uma boa e uma má notícia. A má é que é extremamente difícil encontrar esses governos. A boa é que esses governos existem.”

Pesquisador sênior da Cátedra Chafi Haddad de Administração do Insper, fundador do Insper Metricis e professor da Ivey Business School, Western University, Lazzarini comentou no Crusoé Entrevistas as críticas do governo petista à recém-privatizada Eletrobras.

Lazzarini acredita que foi positiva a diluição das ações que estavam em nome do Estado com a formação de uma corporation, com votos mais distribuídos. “Isso é algo que infelizmente este governo atual quer mudar. Infelizmente o governo atual tem essa perspectiva de querer manter essa interferência no setor privado. Mas o que se quer é justamente o contrário, que o setor privado opere de forma eficiente“, diz Lazzarini.

Ele entende que o monitoramento das empresas privadas deve ser feito pelas agências reguladoras, e não pelo governo. “É curioso que este governo do PT é contra as agências reguladoras, mas quer uma agência reguladora para a mídia“, diz Lazzarini.

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