Lula Marques/Agência BrasilRodrigo Pacheco faz leitura de requerimento que instala a CPMI

De quanto é essa comissão parlamentar?

27.04.23

Mal coloquei as minha quatro patas no Brasil e já me vi no meio de mais um tsunami político. Acompanhei o presidente Luísque Inácio Janja da Silva em sua recente visita à Portugal, viajei na condição de “puxa saco oficial”. Enquanto me dependurava no lado direito do escroto presidencial, no lado esquerdo agarrado estava o compositor Chico Buraque. O genial autor de “A Bunda” e “Apesar do PT” foi receber o Prêmio Camões por sua contribuição à língua portuguesa. Acontece que o ex-presidente Bolsoanalfa se recusou a conferir ao Chico a honraria lusófoda. Jair Bozonaro explicou a razão da mesquinharia: “O português é uma língua morta e eu não sou coveiro!”. Evidentemente, os holofotes estavam todos em Chico e eu passei despercebido no meio do belo discurso do compositor onde ele reafirmou sua luta contra o fascismo e que não se pode fazer uma omelete sem babar os ovos.

A primeira-dama, a Manja, diante do meu fracasso bajulatório, exigiu revoltada que o Lula me despachasse para o Brasil onde minha presença seria mais inútil. Mas, ao contrário do que dizem os terraplanistas de carteirinha, o mundo dá muitas voltas. E, por isso mesmo, acabei dando umas voltas com a primeira-dama percorrendo as principais boutiques fashion de Lisboa. No final do rolê, eu carregava tantas sacolas, que comecei a chama-la de Dona Esbanja Lula da Silva.

O BBB nem acabou direito e já vai começar mais uma CPIzza para investigar o 8 de janeiro onde uma turba de baderneiros tentou acabar com a democracia invadindo o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo num domingo quando não tem ninguém em Brasília. Até a polícia e a Guarda Civil que estavam no local assistiram a tudo como se fosse uma série da Netflix e não fizeram nada.

Sempre muito gentil e prestativo, o poeta-general careca Gonçalves Dias, que parece o Tio Fester da Família Adams, disse que estava no palácio por acaso e ofereceu água, cafezinho, uma massagem tântrica e recitou algumas de suas poesias só como uma cortesia para os golpistas.

Outro que não sabia de nada era o ex-presidente Jair Bostonaro que não estava nem aí, afinal, estava em Orlando se curando de mais uma obstrução intestinal no cérebro. Bolsonarco confirmou que mandou um vídeo de incentivo aos bandalheiros, mas, explicou que foi sem querer porque estava sob efeito da morfina.

Todos sabem que a morfina, assim como a maconha, é uma porta de entrada para as drogas mais pesadas como os opióides e, no caso do Bolsonaro, os ocióides que estimularam o ócio do presidente durante os quatro anos em que não fez nada de mais e nem de menos.

O fato é que vivemos na era da “pós-verdade” ou, como preferem alguns, “neo-cascata”. O que era mentira ou balela hoje se chama “narrativa” e o que é pior: se a “narrativa” do “conteúdo” for “robusta” vai aumentar o “engajamento”. Bom, vou dar um “pause” porque já “lacrei”. Pronto, falei !

 

Agamenon Mendes Pedreira é membro mole da comitiva presidencial

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  1. A cada semana melhor. Mas também os seus fornecedores não param de enviar material para você escrever. Aí fica díficil de trabalhar mesmo. Kkkkkkkkk.

  2. Tem que rir um pouco mesmo. Não aguento mais a neo-cascata. Mas, preciso acrescentar uma pérola aqui: vi em algum canal do youtube falando que Chico Buarque precisou de uma gravata para o evento, mas como não costuma usar este acessório de vestimenta masculina, a esposa teve que ir comprar a gravata numa loja de grife qualquer, mas que era perto do Hotel. As palavras não foram exatamente estas, mas isso foi dito pelo cantor (?) para debochar daqueles que não gostaram da atitude da Dona Janja

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