Foto: Marcelo Camargo/Agência BrasilOs ministros Haddad e Tebet: brincando com a matemágica

Quem lacra não lucra

Enquanto Lula e seus ministros políticos fazem guerra nas redes e na mídia, a equipe econômica tenta adotar um discurso técnico, mais próximo da realidade
03.02.23

Nesta semana, Fernando Haddad (Fazenda) cumpriu agenda na Fiesp e na Febraban. Nesta última, foi acompanhado de Simone Tebet (Planejamento), Aloizio Mercadante (BNDES), Esther Dweck (Gestão e Inovação) e Carlos Fávaro (Agricultura). Em ambos os encontros, ouviram cobranças por um novo arcabouço fiscal e uma reforma tributária.

Devolveram promessas de que o governo arrumará as contas a longo prazo, com despesas sustentáveis para colocar a dívida pública numa trajetória descendente e, ao mesmo tempo, garantir receitas que possam fazer frente às políticas públicas.

Haddad disse que a prioridade será melhorar o ambiente de crédito, com a busca de uma solução factível para 70 milhões de negativados — 50 milhões com renda de até dois salários mínimos. A ideia passa pela criação de um fundo garantidor que assuma os riscos da repactuação das dívidas — não haverá perdão dos débitos na canetada, apesar das promessas de campanha.

O ministro da Fazenda se comprometeu com Roberto Campos Neto a destravar demandas do Banco Central, como a redução do spread bancário e a liberação do PIX para empréstimo. “Vamos desengavetar todas as iniciativas do Banco Central que estavam paralisadas dentro do Executivo. Já me comprometi com ele a endereçar a agenda de reformas no sistema de crédito, a melhorar o ambiente de crédito no Brasil”, afirmou.

Enquanto Lula e seus ministros políticos fazem guerra nas redes e na mídia, a equipe econômica adota um discurso técnico, mais próximo da realidade. “A visita dos ministros e seus discursos mostram coesão”, comenta uma fonte que participou das conversas e ficou bem impressionado.

“O Haddad demonstra disposição muito grande para o diálogo. Ele sabe que não pode errar. Mesmo que politicamente Lula exerça liderança sobre ele, o fato é que ele é o ministro da Fazenda. Por isso, está ouvindo e querendo acertar.” Afinal, quem manda na política é a economia e ainda não surgiu alguém capaz de fazer chover picanha e cerveja apenas estalando os dedos.

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