Foto: Instagram/DivulgaçãoHarry e Meghan: eles dão ibope, mesmo fora da realeza

O reserva

Livro de memórias do príncipe Harry, quinto na linha de sucessão do trono britânico, abre o jogo sobre sexo, drogas e sua fama de ovelha negra
13.01.23

Se existe uma verdade sobre a família real britânica é que ela dá ibope. Em 2011, por exemplo, o casamento do príncipe William com Kate Middleton foi visto pela TV por quase 23 milhões de pessoas só nos Estados Unidos, de acordo com a Nielsen. Em novembro passado, a quinta temporada da série The Crown estreou na Netflix e logo pulou para o primeiro lugar da audiência em 37 países, incluindo EUA, Alemanha, Austrália e Reino Unido. Não causa surpresa, portanto, que o livro de memórias do príncipe Harry, O que sobra (Objetiva, 512 páginas; edição impressa: R$ 74,90; e-book: R$ 39,90), já tenha vendido 1,4 milhão de exemplares em língua inglesa – e isso apenas no dia em que chegou às lojas, 10 de janeiro. Diante do recorde de vendas para um título de não-ficção na data do lançamento, a editora Penguin Random House acaba de encomendar uma segunda tiragem da obra.

Não era para menos: com capítulos curtos, linguagem acessível e histórias capazes de interessar mesmo quem pouco acompanha as glórias e dramas da realeza britânica, O que sobra segue a receita dos best-sellers. Tem sexo, drogas, romance, guerra, intrigas palacianas e até um pouco de rock’n’roll, numa divertida cena ocorrida durante as comemorações do jubileu de ouro da rainha Elizabeth II, em 2002, em um show de Paul McCartney e Brian May. Harry abre o jogo sobre episódios constrangedores de sua vida, como a lamentável decisão de vestir um uniforme de oficial nazista em uma festa a fantasia ou a ocasião em que foi fotografado sem roupa, num quarto de hotel em Las Vegas. Nas entrelinhas, porém, existem sempre duas desculpas para todas as suas condutas erráticas: o trauma causado pela morte precoce da mãe, a princesa Diana, num acidente de carro em 1997, e sua condição de “estepe” do irmão, William, herdeiro direto do trono da Inglaterra. É difícil entender, aliás, a escolha do título do livro em português – o nome original, Spare, que poderia ser traduzido como “reserva”, transmite muito mais a noção vitimista que o jovem príncipe assume durante boa parte da narrativa.

Não que a rotina de celebridade real seja fácil, como mostrou a própria Diana,
condenada a uma cruel falta de privacidade e liberdade até no desastre que tirou sua vida. Ou que a imprensa inglesa tenha facilitado o dia a dia de seus filhos, colocados sob o holofote constante dos tabloides sensacionalistas – é revelador que, entre seus momentos mais felizes, Harry cite instantes de quase anonimato, como as tardes e noites que passava isolado com William no que chamavam de Club H, um porão do palácio de Highgrove, e as temporadas em Botsuana, no sul da África, onde esteve várias vezes para visitar os amigos documentaristas Teej e Mike. A se acreditar em seus relatos, contudo, muito de seu comportamento desnorteado deve-se às dificuldades de entendimento com o pai e o irmão, sua família imediata. Fazer parte da realeza, constata, não é muito diferente de estar atuando sobre um palco.

Em 2020, depois de conhecer e se casar com a atriz americana Meghan Markle, com quem tem dois filhos, Harry abriu mão de seu papel na nobreza e, embora mantenha o título de Duque de Essex, deixou a Inglaterra e foi morar com a família na Califórnia. Um ano mais tarde, ao reencontrar o pai e o irmão no funeral do avô, o príncipe Philip, ficou espantado ao ouvir dos dois que desconheciam os motivos causadores da mudança. O que sobra é sua resposta.

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
  1. Que horror de matèria.. o que vcs fizeram da. NOssa combativa Crusoè..? Um pasquim de fofoca da realeza britânica.. um vexameee.. fecha logo essa droga.. è um acinte ao passado da crusoè..

    1. Peraí, cara. Ninguém vive falando de coisa séria o tempo todo. É bom a revista mostrar que, até o primeiro mundo produz e gosta de idiotices medievais, total e tolamente fora de contexto, gastando bilhões de euros para perpetuar esse anacronismo abestalhado. Esse Carlos III é um babaca de dedos inchados, preocupado se a sua escova de dentes está com 25 mm de pasta. Um tolo que não tem 1/1000 do carisma de Jorge VI, seu avô.

    2. Pior não é isso é o Antagonista falando do ibope da globo lixo.

  2. Harry era uma pessoa com personalidade fraca que caiu nas garras de uma psicopata narcisista, que o usa e usa seu título para se autopromover e atrair os holofotes para si, sem parar. Quando essa fonte secar, ela irá se divorciar e ele terá perdido absolutamente tudo: sua família, sua posição, título, fortuna, sua honra e até mesmo sua história. Antes de Meghan Markle, o príncipe Harry era só isso: o príncipe Harry. Agora é capa de tabloides, escândalos, insensatez, auto-destruição. Uma pena

  3. A propósito, o que faz da vida o jovem casal Harry e Meghan, além de ser eternos administradores profissionais de fofocas a seu respeito? Absolutamente NADA de útil, de socialmente produtivo. Eles vivem de rebater fofocas, e Harry expõe (e haja assunto: 512 páginas de seu livro) em riqueza de detalhes o imenso vazio que é a realeza. Agora me digam: qual é a utilidade de suas "memórias"? Expor a sua segurança e de sua família dizendo que matou 23 talebans? O que eles têm na cabeça? Não digam..🙄

    1. Caracooo.. e o que è que eu tenho a ver com isso?

    2. Ele é um cara fraco, que se casou com uma narcisista-psicopata que quer chamar atenção o tempo todo e usa o título dele para atrair os holofotes para ela sem parar. Ela fez ele perder o título, a família, a postura e agora até a honra, para se promover continuamente. Quando essa fonte secar, Meghan Markle irá dar um belo pé na bunda dele e ele que já teve tanto nesta vida, terá perdido tudo: sua família, sua posição, seu prestígio, até sua própria história.

    3. Paulo,isso tudo só dura enqto os hormônios estiverem "fervendo".Qdo chegar a crise dos 7 anos, a 1a. de muitas (quem é casado conhece bem), ele vai ver q largou uma boa vida p/se juntar c/uma zinha q,fora os filhos,não trouxe nada de positivo pra ele.O mesmo aconteceu c/ o tio-bisavô q deixou a coroa p/casar c/uma americana,espiã nazist q nunca se desligou do marido americano.Acho q os americanos nunca trouxeram felicidade pros royals,primeiro a independência política,depois dependências outras

    4. A utilidade de um livro de memórias de Harry é igual aos livros de memórias de Roberto Carlos (tem até uma que foi censurada), Chaplin, Ronald Regan, Saramago etc. Cada um traz detalhes da vida de famosos e explica um pouco sobre suas realidades, o que ajuda a entender porque foram, ou são influentes na sociedade.

  4. O que o rei Carlos III faz pelo seu povo? A rainha Elisabeth II tinha carisma. Antítese dela em absolutamente tudo, Carlos , sem saber, faz muito mais que a rainha. Ele abrevia a existência da realeza britânica, mostrando, com o seu talento em ser uma nulidade, as iniquidades da própria realeza, de forma cada vez mais unânime e irrefutável em termos de racionalidade. O idiota nem tem essa noção, mas está prestando um grande serviço à Inglaterra.

  5. A inutilidade apega-se a tudo para se justificar. A realeza não se justifica mais. Na prática, não serve mais para nada. A realeza suga grande quantidade de riquezas de uma nação. No pouco que retribui para a sociedade, boa parte é composta por escândalos sexuais e outras nulidades. Há muito tempo que a racionalidade humana já concluiu que realeza é uma inutilidade cada vez mais cara para ser mantida como valor nacional. Pergunte-se a qualquer inglês com menos de 50 anos.

    1. Acho muito legítimo ter opniões contra ou a favor da existência da monarquia, dos privilégios da família real mas há fatos que não podem ser ignorados: na Inglaterra, a Família Real é uma máquina de produzir dinheiro, há uma indústria geradora de empregos em torno dela, uma avalanche de turistas que visitam museus, castelos, joias da coroa, troca da guarda, compram souvenirs… isso alimenta uma enorme rede de hotéis, restaurantes, táxis, guias turísticos e uma infinidade de trabalhadores …

    2. Muito pertinente o comentário da Lúcia. A família real arrrecada por ano ,em torno de R$15 bilhões na área turística, para a economia da Inglaterra. No Brasil a,"nossa família real " só nos dá prejuízo.

    3. O que eu escrevi foi a minha opinião pessoal sobre algo anacrônico nos dias de hoje: a finalidade prática da existência da realeza britânica, uma vez que o povo paga muitíssimo caro por esse luxo. Não questionei sobre se a sua existência depende do povo. Claro que depende. Só acho que, com o dinheiro suado dos ingleses desperdiçado na realeza, eles poderiam financiar o seu SUS. Eles seriam mais felizes.

    4. Quem deve dizer se a realeza serve ou não serve é o povo! Aqui não temos família real mas nossos Três Poderes gastam trilhões com montes de nulidades! Além disso perpetuam-se no poder através de filhos e netos, que também nada fazem pelo bem-estar do povo, a quem devem os seus mega-salários!!

    5. Paulo, cada povo tem a realeza que merece. A nossa riqueza tambem vai para o ralo e nem temos Magestades.....

    6. Converta-se o que os gatos pingados da realeza devoram em riquezas da nação, empregos, assistência pública de saúde e bem-estar do povo inteiro. Os ingleses seriam um dos povos mais felizes da Terra. A realeza está com os seus dias contados. Veja-se a forte decadência no índice de aprovação da existência desse absurdo. A realeza britânica, transformada em memória, deixaria o inglês mais feliz, sem perder o seu orgulho nacional.

    1. Caracoo de novo.. e o que è que eu tenho a ver com sussex, exec, bostex, crusoex.. ?

    2. Pequena correção: Harry é duque de Sussex e não de Essex.

Mais notícias
Assine agora
TOPO