Agência Brasil

Wesley diz à Justiça que lucro no mercado de câmbio após delação da JBS foi de R$ 29 mi

07.12.20 16:15

Denunciado pelo uso de informação privilegiada para lucrar no mercado de câmbio (insider trading), o empresário Wesley Batista (foto) afirmou à Justiça que suas empresas faturaram 29,7 milhões de reais com compra e venda de dólares no decorrer do acordo de delação premiada dos executivos da JBS, capitaneada por ele e pelo irmão Joesley Batista.

A quantia, admitida pela primeira vez por Wesley, foi informada ao juiz federal Diego Paes Moreira, da 6ª Vara Criminal de São Paulo, junto a um pedido para reduzir o valor do sequestro de bens decretado pelo magistrado a pedido do Ministério Público federal no valor de 64,7 milhões de reais, em razão do suposto crime de insider trading relacionado à delação da JBS.

Segundo a defesa de Wesley, o lucro apontado pelo MPF é “excessivo” porque  considerou a cotação máxima do dólar na época dos fatos. Ainda de acordo com os advogados do empresário, o valor da moeda americana já havia caído na data de venda e que, por isso, “o resultado efetivo das operações corresponderia a cerca de R$ 29.767.500,00”. Wesley afirma que as operações foram legais.

O magistrado, porém, negou o pedido de Wesley sob o argumento de que, além da devolução do dinheiro obtido ilicitamente, o sequestro de bens deve assegurar o pagamento de multa aplicada em decorrência do crime, que corresponde a três vezes o valor da causa. Assim, afirma o juiz, pelo lucro admitido pelo próprio empresário, o bloqueio de bens pode chegar a 116 milhões de reais. O valor final está sendo calculado por uma perícia determinada pelo juiz.

Sócio do grupo que controla a JBS ao lado do irmão, Wesley virou réu em maio do ano passado, acusado de usar informações privilegiadas para lucrar quase 70 milhões de reais com a compra de dólares por meio das empresas Seara Alimentos e Eldorado Celulose. Segundo o MPF, o empresário fez contratos no valor total de 330 milhões de dólares logo após a assinatura do acordo de colaboração e antes do levantamento do sigilo da delação.

Após o vazamento do teor da delação dos irmãos Wesley e Joesley Batista, o dólar teve alta expressiva, chegou a subir 8% em um único dia, o que rendeu ao empresário quase 70 milhões de reais de lucro, segundo o MPF. Mensagens registradas em um celular de Wesley apreendido pelos investigadores mostram que as operações, com valor bem superior ao normalmente praticado pela empresa, foram determinadas por Wesley.

Assinado em maio de 2017, o acordo de delação premiada dos irmãos Batista e de outros executivos da JBS está sob revisão no Supremo Tribunal Federal por causa de omissões e suspeitas de irregularidades durante as negociações. O MPF já se manifestou a favor da anulação do acordo, que pode levar os irmãos Batista de volta para a prisão.

A JBS tem se empenhado em manter o acordo de pé. Como revelou Crusoé em agosto, até o advogado Frederick Wassef, ex-defensor da família Bolsonaro que já recebeu 9,8 milhões de reais do frigorífico, foi à Procuradoria-Geral da República no fim de 2019, sem procuração, para tentar salvar o acordo de delação premiada dos irmãos Batista.

Em nota, a defesa de Wesley afirmou que as operações no mercado de câmbio “foram legais e realizadas por companhia na qual Wesley sequer exercia gestão” e que “jamais correlacionou essas operações aos acordos de colaboração premiada firmados em 2017”.

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
  1. Não entendo a facilidade com que falam em milhões. Onde enfiam esta dinheirada toda? No final esses ladroes fdp vão todos para o buraco...

  2. Mais uma cria do PT! O que se pretendia ao criar um sujeito Agatunado e obediente às ordens de quem o criou? Nenhuma novidade! Segue o baile!

    1. Esses irmãos batista, junto com o pai, José Batista Sobrinho, JBS, começaram a carreira em Formosa-GO. Donos de açougues pequenos!!!! Depois foram pra Luziania-GO, e depois pra Anápolis, também em GO. Começaram a ganhar dinheiro, sempre sonegando.... Fizeram vários empreendimentos quebrarem de modo fraudulento. Só atingiram ao ápice nos governos lula!!! Triste sina....

Mais notícias
Assine agora
TOPO