Vídeo: a conversa em que espiões registraram confidências sobre negócio da Vale com magnata corrupto
“Estou propondo de nariz tapado porque eu sinto cheiro de algo errado." Assim o ex-executivo da Vale José Carlos Martins se referiu a um negócio bilionário do qual participou na Guiné, envolvendo a gigante brasileira do setor de mineração e o empresário israelense Beny Steinmetz. A declaração de Martins foi gravada em uma conversa com...
“Estou propondo de nariz tapado porque eu sinto cheiro de algo errado."
Assim o ex-executivo da Vale José Carlos Martins se referiu a um negócio bilionário do qual participou na Guiné, envolvendo a gigante brasileira do setor de mineração e o empresário israelense Beny Steinmetz.
A declaração de Martins foi gravada em uma conversa com agentes da Black Cube, agência de espionagem que conta com ex-integrantes do Mossad, o serviço secreto de Israel. Os vídeos passaram a ser usados pelo bilionário para convencer a Justiça de que a Vale sabia dos riscos de se envolver naquele negócio -- os dois lados travam uma intrincada batalha nos tribunais desde o instante em que a parceria entre eles, envolvendo uma mina no país africana pensada como um negócio que seria lucrativo para ambos, virou pó.
Steinmetz foi condenado recentemente a cinco anos de prisão por corrupção na Justiça da Suíça. A sentença conclui que ele pagou propinas à ex-mulher do falecido ditador da Guiné Lansana Conté em troca da concessão dos direitos de exploração das minas de Simandou.
Em 2008, a Vale comprou de Steinmetz, por 2,5 bilhões de dólares, 51% de sua participação no campo de minério. A morte de Lansana Conté e o avanço sobre as investigações a respeito da propina fizeram o negócio naufragar. Recentemente, o ex-juiz Sergio Moro foi contratado pela defesa de Steinmetz e elaborou um parecer jurídico favorável ao israelense no processo de arbitragem.
Sob o argumento de que não tinha conhecimento dos esquemas de corrupção, a Vale processou Steinmetz em uma corte arbitral britânica. A corte condenou o magnata dos diamantes israelense a indenizar a mineradora brasileira em 2 bilhões de dólares. Para tentar se livrar dessa multa, Steinmetz contratou a Black Cube, que foi a campo em busca de provas que pudessem auxiliar o magnata em seus argumentos.
Crusoé teve acesso a uma parte dos vídeos gravados por agentes da empresa de espionagem que se passaram por empresários e abordaram executivos da Vale que participaram do negócio.
Nos diálogos, os representantes da companhia acabaram admitindo que, apesar de não terem provas materiais, tinham a impressão de que Steinmetz não conseguiu a concessão do ditador apenas em razão de “seus olhos azuis”.
Assista, a seguir, aos principais trechos das gravações.
A guerra aberta a partir da ruína do negócio entre a Vale e Steinmetz foi esmiuçada por Crusoé em reportagem publicada em junho do ano passado.
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Comentários (6)
CARLONE
2021-02-01 10:20:54Vale tudo por dinheiro seria um titulo melhor para essa matéria!
Marco Aurélio
2021-01-31 19:23:01Que vergonha para a Vale que matou tantos em Brumadinho...
MARCOS
2021-01-31 18:37:46Parabéns Luiz Vassalo, pela apuração de falcatruas como essa e continue investigando-as.
Edmundo
2021-01-31 14:03:48O bruxo FHC que próximo do final 92 anos e como ele não é eterno vai chegar hora de paga ao criador todo mau que fez ao povo Brasileiro! Sei que diz não acredita em Deus, mas não é dizendo que não acredita que não vai ter pagar e sua hora próxima a idade não perdoa!
Inês
2021-01-31 12:27:54Quem paga a conta é o brasileiro, pagando impostos e tudo começou com FHC, eis a privatização da estatal, a troco de banana subsidiado pelo BNDES, Comprada pelo empresário Gerdau, amigo do presidente foi escolhido a colher os dividendos e lucros, mas o prejuízo é do povo brasileiro, essa é a triste realidade que perdura até hoje. Quem tem QI, é corrupto fica rico nas terras tupiniquim com o desvios das verbas públicas destinadas a saúde, saneamento, segurança, educação e etc... Acorda Brasil.
Kosel
2021-01-31 09:20:46Aqui afirmam que o magnata é corrupto e Sérgio Moro trabalha para ele. Explicado porque quando Ministro da Justiça foi tão útil quanto ministro da marinha da Bolívia. Pagando bem que mal tem.