Uma nova crise elétrica pode estar em gestação
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), responsável pela negociação no mercado brasileiro de energia elétrica, revisou para baixo, em março, as projeções de como estarão os reservatórios das usinas hidrelétricas do país até o final do ano. O problema é que que a revisão foi muito para baixo, apontando uma possibilidade real de...
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), responsável pela negociação no mercado brasileiro de energia elétrica, revisou para baixo, em março, as projeções de como estarão os reservatórios das usinas hidrelétricas do país até o final do ano. O problema é que que a revisão foi muito para baixo, apontando uma possibilidade real de crise na geração de energia, ainda esse ano.
O Sistema Interligado Nacional (SIN), que reúne as geradoras de usina hidrelétrica em todo o país, deve encerrar o ano com o nível dos reservatórios em 34%. Em janeiro, a previsão da CCEE estava em 62%, quase o dobro das expectativas atuais. Durante o ano, novas revisões para cima ou para baixo podem ser feitas, a depender das previsões de chuva e de consumo dos brasileiros — mas o país está mais próximo dos 23% registrados em 2017, na pior média do histórico, e quando se desencadeou uma crise de anos causada pela seca.
No sistema Sudoeste-Centro Oeste, onde estão usinas hidrelétricas ligadas aos rios Paranapanema, Grande, Tietê e Tocantins, por exemplo, o nível dos reservatórios está em 65%, devendo chegar a 67% até o final do mês — em janeiro, a CCEE projetava 82% das reservas neste mês. Hoje, a expectativa é que o fim do ano chegue com os reservatórios em 26%, bem abaixo dos 60% esperados em janeiro e perto da pior média histórica.
Com o país batendo seguidos recordes de carga de eletricidade devido a uma onda de calor nas regiões Sul e Sudeste, o maior uso das hidrelétricas (ainda a maior matriz energética brasileira) já acende o alerta do Ministério de Minas e Energia.
Há duas semanas, a pasta ordenou que em ao menos duas hidrelétricas na bacia do Paraná tivessem sua passagem de água reduzida, como forma para evitar a diminuição acelerada do reservatório.
“Vamos tomar as medidas necessárias para garantir o suprimento energético e manter o nível dos reservatórios. O setor elétrico tem que estar sempre atento para evitar imprevistos e priorizar a segurança aos consumidores”, disse em nota o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Leia mais em Crusoé: Brasil entra em contradição ao falar de energia limpa no G20
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Comentários (1)
KEDMA
2024-03-18 16:00:07E a nova crise elétrica pode chegar por falta de uma boa gestão nessa área.