Tudo o que Trump fez por Putin
Em meio às discussões sobre o cessar-fogo, o presidente americano tem feito todas as vontades do ditador russo

Em meio às discussões sobre o cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem feito todas as vontades de Vladimir Putin.
Após conversar com o ditador russo na terça-feira, 18, Trump anunciou a suspensão dos ataques às instalações energéticas, avanço que interessa principalmente a Moscou.
"Esse cessar-fogo parcial parece ter sido feito em Moscou para proteger a única coisa que poderia forçar a Rússia a parar sua campanha de invasão e assassinato na Ucrânia: sua infraestrutura de energia produtora de dinheiro", apontou Garry Kasparov, opositor de Putin, no X.
No início de março, Trump suspendeu a ajuda militar e o compartilhamento de inteligência dos EUA com a Ucrânia, o que prejudicou a capacidade ucraniana de identificar e atacar alvos militares russos.
Além disso, o republicano decretou o fechamento da Voz da América sob a justificativa de que os contribuintes americanos não poderiam mais ser responsabilizados por financiar "propaganda radical".
Com isso, os Estados Unidos perderam uma das principais ferramentas de soft power para promover os direitos humanos, a liberdade e a democracia para pessoas que vivem em países autoritários, como a Rússia.
Trump ainda sinalizou com o fim do isolamento internacional da Rússia, apoiando, segundo a transcrição da conversa de terça feita pelo Kremlin, "a ideia de Vladimir Putin de organizar partidas de hóquei nos EUA e na Rússia entre jogadores russos e americanos".
Suspensão dos esforços para conter a sabotagem russa
A agência de notícias Reuters noticiou nesta quarta, 19, que várias agências de segurança nacional dos EUA interromperam o esforço coordenado, criado pelo ex-presidente Joe Biden, para combater a sabotagem, a desinformação e os ataques cibernéticos da Rússia.
Liderado pelo Conselho de Segurança Nacional (NSC, na sigla em inglês), o plano envolveu pelo menos sete agências de segurança nacional americanas, que trabalharam com aliados europeus para interromper conspirações contra a Europa e os Estados Unidos.
Citando onze autoridades atuais e antigas das agências, a reportagem afirmou que, desde que Trump assumiu o cargo em 20 de janeiro, grande parte do trabalho parou.
"Reuniões regulares entre o Conselho de Segurança Nacional e autoridades de segurança nacional europeias não foram programadas, e o NSC também parou de coordenar formalmente os esforços entre as agências dos EUA, incluindo o FBI, o Departamento de Segurança Interna e o Departamento de Estado", afirmou a agência.
Em fevereiro, o FBI encerrou um esforço para conter a interferência de adversários estrangeiros, como a Rússia, nas eleições dos EUA, colocando a equipe que trabalhava na questão no Departamento de Segurança Interna em licença.
O Departamento de Justiça americano também dissolveu uma equipe que apreendeu ativos de oligarcas russos.
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