TSE manda aprofundar investigação em ações contra chapa de Bolsonaro; entenda o caso
Por 4 a 3, o Tribunal Superior Eleitoral determinou, nesta terça-feira, 30, que sejam aprofundadas as investigações sobre ataques hacker em ações que pedem a cassação da chapa Jair Bolsonaro-Hamilton Mourão. As ações haviam sido movidas pelos candidatos derrotados Guilherme Boulos, do PSOL, e Marina Silva, da Rede Sustentabilidade. Na prática, os casos voltam à...
Por 4 a 3, o Tribunal Superior Eleitoral determinou, nesta terça-feira, 30, que sejam aprofundadas as investigações sobre ataques hacker em ações que pedem a cassação da chapa Jair Bolsonaro-Hamilton Mourão. As ações haviam sido movidas pelos candidatos derrotados Guilherme Boulos, do PSOL, e Marina Silva, da Rede Sustentabilidade. Na prática, os casos voltam à fase de instrução do processo e ganham mais tempo para produção de provas.
O que era visto como o "azarão" entre todos os processos contra Bolsonaro na corte ganha novo fôlego. A polícia vai agora intensificar a investigação sobre a invasão da página "Mulheres contra Bolsonaro", que teve o nome alterado para "Mulheres com Bolsonaro". As administradoras, que militavam contra o então candidato, tiveram seus computadores e celulares invadidos pelos criminosos e foram ameaçadas. Conforme mostrou Crusoé, as investigações nunca andaram.
A ação foi retomada nesta terça-feira, 30, após o ministro Alexandre de Moraes liberar seu voto. Ele havia pedido vista na última sessão do dia 9. O placar estava 3 a 2 por mais diligências. Em seu voto, Alexandre empatou o placar pelo arquivamento das ações. O ministro seguiu o relator, Og Fernandes, e também entendeu que, apesar de possíveis diligências, o caso em si não teria gravidade suficiente para demonstrar que houve desequilíbrio nas eleições.
"Mesmo sendo ilícita e criminosa a conduta realizada, o hackeamento por 24 horas de site contrário à candidatura dos requeridos não configura necessário abuso de poder que determina que a candidatura seja impulsionada pelos meios econômicos de forma a comprometer a igualdade da disputa eleitoral, e a disputa do pleito. Não me parece que tenha o condão de comprometer a igualdade na Justiça Eleitoral", afirmou Alexandre.
Coube a Luís Roberto Barroso, presidente do TSE, proferir o voto de minerva. Em seu voto, ele disse ver gravidade no crime chamado por ele de "assalto abominável". "Isso é quase como um sequestro. Um assalto. A ideia de que alguém possa não tolerar seu adversário a ponto de violar seu espaço de liberdade de expressão para deformar, truncá-lo, dizer coisa completamente oposta é como se alguém tiver alguém na rua com a faixa de um lado e você de repente obrigá-lo a força a estender outra faixa. Eu considero isso abominável. Considero gravíssimo, com todas a vênias de quem pense diferentemente", afirmou Barroso.
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