Trump resgata Claver-Carone, ex-presidente do BID
Advogado americano que foi demitido por beneficiar funcionária no banco será o enviado especial para a América Latina
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que o advogado americano Mauricio Claver-Carone (foto) será o enviado especial do Departamento de Estado para a América Latina.
Claver-Carone foi eleito presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), no primeiro mandato de Trump. Seu nome foi indicado pelo presidente republicano.
Com isso, Claver-Carone tornou-se o primeiro americano a presidir o BID (ele tem ascendência cubana).
Ele perdeu o posto em 2022, após uma investigação interna concluir que ele manteve uma relação íntima com uma funcionária da instituição.
Ele ainda teria tomado ações para beneficiar a funcionária, depois que se tornou presidente.
Imigração ilegal
"Tenho o prazer de anunciar Mauricio Claver-Carone como enviado especial do Departamento de Estado para a América Latina. Mauricio ocupou muitos cargos importantes, inclusive na Casa Branca, como meu diretor sênior para Assuntos do Hemisfério Ocidental", escreveu Trump nas redes sociais.
Trump não citou a atuação de Claver-Carone no BID.
"Nos últimos quatro anos, o caos e a anarquia engoliram as nossas fronteiras. É hora de restaurar a ordem em nosso hemisfério. Mauricio conhece a região e sabe como colocar os interesses da América em primeiro lugar. Ele também conhece as terríveis ameaças que enfrentamos devido à migração ilegal em massa e ao fentanil. Como enviado especial do Departamento de Estado, Mauricio trabalhará incansavelmente para proteger o povo americano", escreveu Trump.
Anti-China
Em seu período no BID, Claver-Carone se preocupou em forjar parcerias com países da região para desenvolver cadeias de produção com empresas americanas e, com isso, reduzir a influência chinesa.
Em entrevista a Crusoé antes de assumir o BID, Claver-Carone falou sobre o tema.
"Eu sou muito claro. Sabemos que nós, os Estados Unidos, somos o sócio preferido da América Latina. Nós compartilhamos princípios democráticos, valores de mercado, história. Sempre buscamos que se jogue sob certas regras, e que essas regras sejam transparentes. As empresas chinesas não competem conosco dessa maneira. Mas nós não estamos avançando essas propostas como algo anti-China. Elas são pró-América. Na política, me ensinaram que para ser mais eficiente é preciso ser a favor de algo, e não contra algo. Nós estamos oferecendo algo positivo, uma alternativa atrativa que, naturalmente, agregaria nossos vizinhos. Seria o melhor para nossa segurança econômica. Aprendemos isso na pandemia. Com o coronavírus, quase todos os países fecharam suas fronteiras. Em todo o planeta, onde as empresas tiveram mais sucesso em manter as cadeias de abastecimento funcionando foi na nossa região, no hemisfério ocidental. Isso aconteceu porque havia confiança nas relações. Por outro lado, as empresas tiveram suas piores experiências ao lidar com países distantes, como China. Com eles, houve pouca comunicação, pouca transparência e os fluxos foram suspensos sem muita explicação", disse Claver-Carone.
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