Toffoli remói fake news contra Transparência Internacional
Ministro do STF encaminhou para órgãos federais e Congresso Nacional alegação que o procurador-geral da República considerou "carente de sustentáculo probatório"

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli determinou nesta quinta-feira, 12, o compartilhamento com órgãos federais e com o Congresso Nacional de uma fake news criada contra a organização não-governamental Transparência Internacional no âmbito da Operação Lava Jato.
A história da fake news é antiga, e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, até já se manifestou pelo arquivamento de um procedimento administrativo instaurado a partir dela pelo próprio Toffoli, destacando que “a argumentação é carente de sustentáculo probatório".
Crusoé detalhou em fevereiro como a fake news foi criada. Toffoli requentou uma narrativa engendrada pelo então procurador-geral da República Augusto Aras – e depois citada pelo petista Rui Falcão em notícia-crime –, de que a Transparência Internacional teria gerido ou recebido recursos do acordo de leniência da J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista.
A ONG rebateu Toffoli à época, dizendo que "jamais recebeu ou receberia, direta ou indiretamente, qualquer recurso do acordo de leniência do grupo J&F ou de qualquer acordo de leniência no Brasil". "A organização tampouco teria – e jamais pleiteou – qualquer papel de gestão de tais recurso", completou.
Requentando
Segundo o STF, a documentação encaminhada por Toffoli nesta quinta "é acompanhada de petição em que a empresa J&F Investimentos pede que se investigue uma suposta 'parceria escusa' entre o Ministério Público Federal (MPF) e a organização não governamental Transparência Internacional (TI), que envolveria a destinação de recursos oriundos do acordo de leniência firmado com a empresa".
Sem apoio do procurador-geral da República para seguir com o procedimento administrativo, Toffoli resolveu encaminhar os documentos sobre a fake news para Controladoria-Geral da União (CGU),Tribunal de Contas da União (TCU), Advocacia-Geral da União (AGU) e Ministério da Justiça e Segurança Pública, além das presidências da Câmara dos Deputados e do Senado.
Remoendo
Essa é a segunda vez que Toffoli remói uma não-questão em poucas semanas. Em 21 de novembro, ele resgatou a narrativa sobre os grampos encontrados, em 2014, na cela do doleiro Alberto Youssef, um dos primeiros detidos pela Lava Jato.
De acordo com a nota publicada pelo próprio STF, “em sua decisão, Toffoli observou que o Ministério Público Federal (MPF) não constatou a prática de crimes após sindicância que investigou cinco delegados e um agente da Polícia Federal e pediu o arquivamento da investigação”.
Na ocasião, o senador Sergio Moro (União-PR), que foi o juiz responsável pela Lava Jato em Curitiba, disse que "o revisionismo histórico da Lava Jato fundado em fantasiosas conspirações tem por único objetivo deixar impunes aqueles que roubaram a Petrobras e o Brasil durante os Governos do PT".
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Comentários (1)
Ricardo Cláudio
2024-12-13 20:47:29Foi culpa do estágiario!!!