'Temo que ele esteja sofrendo fortes torturas', diz esposa de coronel venezuelano
O coronel aposentado Oswaldo García Palomo estava empenhado em reorganizar as Forças Armadas da Venezuela para colocá-las sob as ordens do presidente interino Juan Guaidó. No domingo, 26, ele foi sequestrado pela ditadura de Nicolás Maduro. Crusoé conversou por telefone com a esposa de Palomo, Sorbay Padilla de García, de 48 anos, que está vivendo...
O coronel aposentado Oswaldo García Palomo estava empenhado em reorganizar as Forças Armadas da Venezuela para colocá-las sob as ordens do presidente interino Juan Guaidó. No domingo, 26, ele foi sequestrado pela ditadura de Nicolás Maduro. Crusoé conversou por telefone com a esposa de Palomo, Sorbay Padilla de García, de 48 anos, que está vivendo em uma cidade dos Estados Unidos (na foto, ela aparece com o marido). Ela não diz onde mora por razões de segurança.
Como a sra. descobriu que seu marido foi sequestrado pela ditadura? Desde o ano passado, quando passei a viver com minha família nos Estados Unidos, ele nos manda notícias todos os dias. No domingo, ele não se comunicou com a gente. Achamos muito estranho e falamos com todas as pessoas que estavam se encontrando com ele em Caracas. Foi aí que descobrimos que ele tinha sido entregue para a ditadura por outro militar, um general, a quem ele confiava. Isso aconteceu no domingo, às 5 horas da tarde.
Onde ele está agora? Está com a Direção Geral de Contrainteligência Militar (DGCIM), o mesmo órgão que sequestrou minha família há quase um ano. O governo não permite que os advogados tenham acesso a ele. Não sabemos de nada. Queremos saber como está o seu estado físico e mental. Temo que ele esteja sofrendo fortes torturas neste momento.
A senhora já foi sequestrada pela DGCIM? Em maio de 2018, eu fui presa pela DGCIM com meu filho, duas sobrinhas e minha nora. Estava em minha casa e os militares tinham ido pegar meu marido, que nessa época estava fazendo oposição aberta ao regime. Como não o encontraram, levaram todos nós para uma casa clandestina onde a DGCIM tortura as pessoas em Caracas.
O que vocês sofreram? Durante quatro dias, bateram muito na gente. Nos deram pontapés e puxavam nossos cabelos. Colocavam máscaras em nossa cabeça e jogavam gás de pimenta. Também atiravam na gente com pistolas que paralisam com choques elétricos. Foi horrível. Quando nos soltaram, fizeram com que a gente assinasse um documento dizendo que não nos tinham feito nada. Soltos, conseguimos entrar na Colômbia por trilhas usadas por contrabandistas na fronteira e de lá fomos para os Estados Unidos.
Havia muitos militares trabalhando com seu marido para restaurar a democracia na Venezuela? Além dele, foram presos mais dois. Mas há muito mais militares descontentes querendo fazer algo. Eles sofrem das mesmas coisas pelas quais padece o resto da população. Há um ou outro privilegiado no governo em boa situação, mas esses são muito poucos. A grande maioria passa fome e não tem como comprar um remédio. Por isso, eles querem fazer todo o possível para tirar o país desse pesadelo horrível.
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Comentários (1)
Naft
2019-02-01 17:01:34Onde está a sra. Bachelet e a Comissão de Direitos Humanos da ONU? Só se preocupam com direitos de terroristas e gente da esquerda? Gaidó pediu uma visita na Venezuela.