Servidor do MDR que foi alvo da PF atuava em área dominada pelo Centrão

O coordenador de Obras e Aquisições da Secretaria Nacional de Mobilidade e Desenvolvimento Regional e Urbano, Celso Mamede Lima, foi demitido do Ministério do Desenvolvimento Regional após ser alvo de uma operação da Polícia Federal. A exoneração ocorreu em edição extra do Diário Oficial da União, publicada na tarde desta quinta-feira, 18. Mamede já ocupou vários cargos de direção na pasta desde 2014 e, na atual gestão, foi nomeado em abril do ano passado, na época em que o Centrão faturou a Secretaria Nacional de Mobilidade.

A secretaria está sob o comando de Sandra Maria dos Santos Holanda, que substituiu Tiago Pontes Queiroz — o advogado também foi demitido após ser alvo de uma investigação da Polícia Federal, mas conseguiu emplacar a indicação da sucessora.

Ele é suspeito de comandar a distribuição de verbas do orçamento secreto no Ministério do Desenvolvimento Regional e também é réu em uma ação de improbidade. A acusação envolve a compra de remédios para doenças raras – antes de chegar ao MDR, Tiago atuou como diretor de Logística do Ministério da Saúde durante a gestão Ricardo Barros. O grupo de Tiago é ligado à cúpula do Progressistas, mas tem as bênçãos do Republicanos, a quem cabem todas as indicações para a secretaria do MDR.

No mais novo escândalo, Celso Mamede Lima é apontado pela PF como integrante de uma organização que teria desviado recursos de obras contra a seca na Paraíba. A Operação Bleeder, deflagrada nesta quinta, é conduzida pela Polícia Federal, em parceria com o Ministério Público Federal e com a Controladoria-Geral da União.

Em nota, o Ministério do Desenvolvimento Regional informou que “não compactua com nenhum ato ilícito e está colaborando com os órgãos de controle para a apuração dos fatos investigados”. “Tão logo tomou conhecimento dos fatos, o ministro do Desenvolvimento Regional determinou a exoneração do servidor investigado e a instauração de procedimentos internos de apuração de responsabilidades, tanto administrativos como disciplinares”, afirmou a pasta.