Vinicius Loures / Câmara dos Deputados

Secom retoma guerra contra a imprensa

10.06.24 15:12

A Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Secom, retomou a guerra contra a imprensa. Nesta segunda, 10, a Secom publicou uma nota sobre uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, publicada no mesmo dia.

Não é verdade que a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República promova reuniões com uma versão petista do ‘gabinete do ódio'”, diz o texto da Secom. “O jornal faz uma abordagem sensacionalista e enviesada que distorce os fatos.

A nota da Secom não afirma que as reuniões não existem, mas diz que elas incluem também lideranças na Câmara e no Senado e membros dos partidos da base governista. Não há a participação de influenciadores nessas reuniões com a Secom, muito menos a discussão sobre ‘ataques a críticos e desqualificação da imprensa’”.

Como ocorreu em outros comunicados da Secom, a nota também procura atacar o jornal Estado de S. Paulo: “O texto do jornal tenta, por meio de ilações, criminalizar ações de gestão e serve ao único propósito de dar munição à oposição“.

É função da Secom dar a versão da Presidência sobre as denúncias, mas a nota do órgão vai além e tenta dizer que o intuito da reportagem é político. Trata-se de uma forma de tentar tirar a credibilidade de um veículo que denuncia desvios no governo federal.

O comportamento da Secom é o mesmo verificado no final do ano passado, quando o Estado de S. Paulo revelou reuniões no Ministério da Justiça, então comandado por Flávio Dino, com Luciane Barbosa, esposa de um membro do Comando Vermelho e que ganhou a alcunha de “dama do tráfico“.

Naquele momento, Dino, a Secom, o ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida e o influenciador Felipe Neto partiram para cima do jornal, em uma ação coordenada.

 

Leia na Crusoé: A perseguição lulista à imprensa

 

Denúncia

A reportagem de o Estado de S. Paulo fala de reuniões que ocorrem diariamente às 8 horas entre petistas e membros da Secom.

O deputado petista Jilmar Tatto (foto), secretário nacional de comunicação do PT, admitiu a existência desses encontros na apresentação de um evento interno.

Às 8 horas da manhã tem um pedacinho do povo do PT, da delegação nacional, junto com o pessoal da Câmara, da liderança do PT, junto com o Senado, junto com a Secom do governo Lula. É feita uma chamada reunião de pauta. O que é uma reunião de pauta? O que vamos abordar hoje?“, afirmou Tatto, segundo o Estadão. “E nós produzimos conteúdo, passamos para o Brasil inteiro, vai para o site. Todos os dias, todos os dias.”

O objetivo, segundo Tatto, seria “pautar as redes que o PT alcança“.

 

Criação petista

Foi o PT quem primeiro começou a usar blogueiros para divulgar mensagens governistas e atacar rivais, comportamento que depois foi continuado e aprimorado pelos bolsonaristas. No governo Jair Bolsonaro, ganhou fama o “gabinete do ódio“, que ficou encarregado dessas tarefas.

Nessas ações, a Secom financia sites e blogueiros, que retribuem a ajuda elogiando o governo e atacando a oposição.

Em 2013, durante o primeiro governo de Dilma Rousseff, o então presidente do PT, Rui Falcão, admitiu a prática (assista ao vídeo abaixo).

 

 

Ao usar um “gabinete da ousadia“, em referência ao gabinete do ódio bolsonarista, o governo do PT utiliza a máquina pública em benefício do partido, eliminando a fronteira que deveria separar o que é interesse público do que é partidário.

Em uma reportagem da revista Veja deste final de semana, há outro exemplo disso. Em um curso da Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, a aula inaugural é dada por João Brant, secretário nacional de Políticas Digitais da Secom. “Estamos em um ano crucial, em que a agenda geral do Brasil tem que se materializar numa agenda municipal“, disse ele aos alunos.

Não cabe a um funcionário público lotado na Secom orientar a militância petista sobre como promover os candidatos do partido.

Para o PT, a única imprensa que conta é aquela que recebe verbas do governo e segue a cartilha da Secom.

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  1. Só em olhar para petistas te ho náuseas. A figura de u. Ser abjeto como Lula me causa profunda tristeza pelo faz de maldade ao País, manipulando pobres, roubando, dando nosso dinheiro ditadores.

  2. Bandido de ontem é incorrigível; é o mesmo de hoje. Aí está o PT. Seus tesoureiros mudaram só de nome. O Lula tem a mesma índole. Não adianta maquiagem.

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