Salim Mattar chegou a alinhar as privatizações de Correios e Telebrás, mas se sentia desprestigiado
Secretário de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Salim Mattar parecia menos descontente com a agenda de privatizações do governo nas últimas semanas, graças aos avanços nos processos de venda dos Correios e da Telebrás. Por conta disso, o pedido de demissão anunciado nesta terça-feira, 11, pegou de surpresa integrantes do governo que...
Secretário de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Salim Mattar parecia menos descontente com a agenda de privatizações do governo nas últimas semanas, graças aos avanços nos processos de venda dos Correios e da Telebrás. Por conta disso, o pedido de demissão anunciado nesta terça-feira, 11, pegou de surpresa integrantes do governo que vinham conversando diariamente com o secretário.
Ao sair, no entanto, Mattar reclamou que o governo não conseguia entregar as privatizações prometidas, como a da Eletrobrás, que está travada na Câmara dos Deputados. A cúpula da estatal chegou a se queixar oficialmente ao Ministério da Economia, argumentando que as constantes especulações vazadas à imprensa por integrantes do governo impactam no preço das ações da empresa.
O secretário vinha se sentindo desprestigiado por causa das tentativas do governo de concentrar o plano de privatizações no Programa de Participações e Investimentos comandado por Martha Seillier. Nas últimas semanas, porém, Paulo Guedes achou que havia serenado os ânimos ao entregar Correios e Telebrás a Mattar. O próprio ministro Fábio Faria, responsável pelas estatais, chegou a pleitear a condução destes processos, conforme mostrou Crusoé, mas acabou ajustando os ponteiros com Salim, no final de julho.
Dentro do Ministério da Economia, tanto Salim Mattar quanto Paulo Uebel integravam o chamado núcleo duro da pasta, árduos defensores do liberalismo e da redução do papel do estado na economia. Outro integrante dessa ala era Rubem Novaes, que renunciou à presidência do BB -- ele próprio defendia a privatização. Todos eles estavam descontentes com o ritmo político dado à agenda liberal.
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Comentários (10)
Sheila
2020-08-12 17:53:23Bolsonaro está traindo seu eleitor..Eu não voto mais nele. Sem pauta ante corrupção sem programa sem rumo e nas mãos dos criminosos de colarinho Branco
Raimundo
2020-08-12 17:05:20Bolsonaro nunca colocou a pauta liberal como prioridade. Mais 4 anos perdidos.
Cristiane
2020-08-12 17:02:48Ninguém governa sozinho . Estamos nas mãos de um parlamento cheio de políticos imundos e que só querem ter muitas vantagens . As estatais são as suas fontes de renda extra. E haja apadrinhados nessas estatais que não dão retorno ao Brasil.
Marina
2020-08-12 10:34:18Não só essas pessoas tão bem sucedidas na vida privada como nós eleitores também caímos na conversa de "tirar o Estado do cangote dos cidadãos". Que mentira cabeluda! Maior estelionato eleitoral da história da humanidade. Essa é a mentira mais inocente, no meio das outras.
KEDMA
2020-08-12 09:53:40O que interessa agora é 2022. Esse PR, nunca mais.
Carlos
2020-08-12 09:13:35Aos poucos a máscara liberal, de austeridade e moralidade administrativa e combate à corrupção, bandeiras que elegem a Bolsonaro está caindo, e a face que se desfigura é a do político medíocre e destemperado que sempre foi o nosso atual presidente.
AKUMA
2020-08-12 07:34:03e assim o jair JUDAS , vai aplicando o Mais BRASILIA, menos BRASIL,
Nilson
2020-08-12 07:08:05O modelo brasileiro está montando sobre 3 pilares, o setor privado que desenvolve o pais, paga tributos e emprega mão de obra, o setor público, gasta mais do que arrecada, é ineficiente e presta um péssimo serviço e ala política que vive as custas do dinheiro público, é contra privatização de estatais, é contra a reforma do estado brasileiro gastador, etc... O Brasil tem jeito com esta classe política nociva e predatória???
Magda
2020-08-12 06:58:12Governo picolé derrete devagar melando tudo. Eu votei nele e não suporto ver sua figura patética fingindo ser o que nunca foi. É mais do mesmo com acréscimo de hipocrisia e autoritarismo. Nunca mais!
Alberto
2020-08-12 00:11:04Alberto (Belém-Pa). Paulo Guedes parece q cansou de remar contra a maré do nacionalismo, do corporativismo, do estatismo, do populismo, do assistencialismo e do oportunismo.Todos esses "ismos" estão agora mais presentes no governo de J. Bolsonaro, que só pensa em reeleição. A Reforma Administrativa, por exemplo, apesar de pronta, foi deixada para 2021. Guedes passou a ser um obstáculo à sanha d irresponsabilidade fiscal d Bolsonaro e alguns ministros. Não será surpresa se Guedes sair do governo.