Saída de Decotelli do MEC reacende disputa entre militares e ala ideológica
Carlos Decotelli pediu demissão ao presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira, 30, apenas cinco dias depois de ser nomeado para comandar o Ministério da Educação no Diário Oficial da União. Informações falsas apresentadas em seu currículo tornaram a permanência insustentável. A saída foi confirmada pelo próprio Decotelli em entrevista à CNN, mas o anúncio formal ainda...
Carlos Decotelli pediu demissão ao presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira, 30, apenas cinco dias depois de ser nomeado para comandar o Ministério da Educação no Diário Oficial da União. Informações falsas apresentadas em seu currículo tornaram a permanência insustentável. A saída foi confirmada pelo próprio Decotelli em entrevista à CNN, mas o anúncio formal ainda não foi feito pelo Planalto.
Aliados de Jair Bolsonaro relatam que o presidente não estava convencido da demissão até a noite de ontem, mas a nota da Fundação Getúlio Vargas desmentindo que Decotelli teria sido professor da instituição foi a gota d'água -- ele já havia, inclusive, atualizado seu currículo com o cargo de ministro. De novo, turbinou as informações profissionais. A oficialização como ministro só ocorre a partir da assinatura do termo de posse, o que não ocorreu.
A nova demissão inaugura mais uma batalha na guerra que está sendo travada nos bastidores entre as alas ideológica e militar. Os seguidores de Olavo de Carvalho voltaram à carga, com a sugestão do nome de Sérgio Sant’Ana, próximo aos filhos do presidente. Grupos ideológicos defendem também uma solução “caseira”, com a promoção da atual secretária de Educação Básica, Ilona Becskehazy.
Crusoé apurou que as secretarias estaduais de educação não têm bom diálogo com Ilona, o que pesaria contra a sua promoção. Um interlocutor estadual classificou o contato com a Secretaria de Educação Básica como "muito ruim". Fontes relatam que a secretária chegou a discutir com os representantes dos estados em um grupo de WhatsApp do comitê emergencial para tratar dos efeitos da pandemia na educação.
Fora do núcleo olavista, o nome de Antonio Freitas, ex-pró-Reitor da FGV é outro nome que foi colocado sobre a mesa do presidente por integrantes da ala militar.
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