Renan fala em orquestração do governo e vai recorrer por relatoria da CPI

O senador Renan Calheiros (foto) culpou o governo Jair Bolsonaro pela determinação do juiz Charles Renaud Frazão de Moraes, da 2ª Vara Federal Cível do DF, de o proibir temporariamente de assumir a relatoria da CPI da Covid. O parlamentar disse ainda que vai recorrer da decisão.

Nas redes sociais, o emedebista afirmou que a decisão trata-se de uma "interferência indevida que subtrai a liberdade de atuação do Senado". "Medida orquestrada pelo governo Jair Bolsonaro e antecipada pelo seu filho", emendou, em referência a Flávio Bolsonaro.

Renan declarou que "não há precedente na história do Brasil de medida tão esdrúxula como essa". "Estamos entrando com recurso e pergunto: por que tanto medo?", ironizou. A decisão que o impede de ascender à relatoria atende pedido da deputada bolsonarista Carla Zambelli.

Pelo regimento do Senado, cabe ao presidente da CPI, eleito entre os 11 escolhidos pelos blocos partidários, indicar quem será o relator. Ou seja, ao contrário do que disse o juiz do DF, não há votação para a escolha da relatoria da comissão. O acordo entre os sete senadores oposicionistas e "independentes" prevê a eleição de Omar Aziz, do PSD, para presidir o colegiado, e de Randolfe Rodrigues, da Rede, para assumir como vice. O Grupo dos Sete, como é chamado o bloco, também definiu que Renan será o relator.

O senador Otto Alencar, do PSD, que deve presidir a sessão, afirmou a Crusoé que, apesar da decisão judicial, em princípio, nada muda e a instalação do colegiado permanece marcada para as 10 horas desta terça-feira, 27.

“Uma decisão de juiz de primeira instância sobre questão interna do Senado não se sustenta”, comentou Alencar. “A ação apenas fortaleceu Renan, que continua sendo o indicado para a relatoria da CPI”.