Presidência finalmente cria uma sede em Roraima para crise yanomami

Mais de um ano após ter declarado que uma crise humanitária estava em curso na Terra Indígena Yanomami, o governo federal finalmente instituiu um braço seu para acompanhar a situação em Boa Vista.

A Casa de Governo em Roraima será vinculada à Casa Civil de Rui Costa e deve coordenar e monitorar a execução do “plano de desintrusão” da terra indígena, na fronteira com a Venezuela. Além disso, deve ser o braço da Presidência da República na implementação das políticas públicas emergenciais e permanentes aos cerca de 30 mil habitantes da região.

O órgão de governo terá cinco servidores na cidade, até o final do governo Lula, em dezembro de 2026. Todos ficarão subordinados a Rui Costa, o ministro-chefe da Casa Civil de Lula.

A inauguração do espaço deve ocorrer nesta quinta-feira, 29, com a presença dos ministros Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome), Ricardo Lewandowski (Justiça), José Múcio (Defesa), Sonia Guajajara (Povos Indígenas), Nísia Trindade (Saúde), Esther Dweck (Gestão e Inovação), Marina Silva (Meio Ambiente), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) e Jorge Messias (AGU).

Lula partiu para uma agenda em países do Caribe e não deve participar da agenda.

Apesar do plano do governo, a crise na terra indígena jamais arrefeceu como esperou o governo. Em 2023 foram registradas 308 mortes de indígenas na região, ante 343 mortes em 2022, último ano do governo Jair Bolsonaro.

No mês passado, Lula fez uma declaração dizendo que o país não pode “perder a guerra” contra o garimpo ilegal em Terras Indígenas Yanomamis na Amazônia. Mas, 12 meses após sua midiática ida ao estado, os efeitos da ação militar não se mostrou suficiente para tirar os garimpeiros e outros grileiros de terra da região, que contém áreas visadas pela extração ilegal de ouro. Até o Supremo Tribunal Federal (STF) conseguiu fazer mais para coibir a extração ilegal do minério no Brasil.