Política externa argentina descarrila e americano deve assumir o BID
O Japão anunciou nesta sexta, 11, seu voto ao americano Mauricio Claver-Carone (foto) para a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Como o Japão tem 5% das ações do banco — é o país com a quinta maior fatia — a vitória de Claver-Carone está praticamente assegurada. A eleição acontecerá neste final de semana, dias...
O Japão anunciou nesta sexta, 11, seu voto ao americano Mauricio Claver-Carone (foto) para a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Como o Japão tem 5% das ações do banco — é o país com a quinta maior fatia — a vitória de Claver-Carone está praticamente assegurada. A eleição acontecerá neste final de semana, dias 12 e 13 de setembro.
Na noite desta quinta, 10, a Argentina desistiu de apresentar a candidatura de Gustavo Béliz, assessor de Assuntos Estratégicos no governo de Alberto Fernández. Com a retirada, Mauricio Claver-Carone ficou como o único candidato ao posto. Pouco antes, os argentinos chegaram a nutrir a esperança de convencer ao menos 25% dos acionistas a não participar da eleição. Sem quórum, o pleito teria de ser adiado. Essa possibilidade tornou-se remota com a decisão do México de participar da votação. Assim, o quórum mínimo deve estar garantido.
"Mais uma vez, a política externa da Argentina descarrilou, ofuscada por devaneios ideológicos, expectativas falsas e leituras incorretas da realidade. O governo argentino cometeu um erro de cálculo grosseiro, especulando que o México apoiaria e, portanto, seria capaz de adiar a eleição. Isso não aconteceu. E Béliz nunca teve chances", diz o cientista político argentino Patricio Giusto, em Buenos Aires.
No comunicado que o governo argentino divulgou nesta quinta, a Casa Rosada afirmou que há um movimento para quebrar uma tradição do BID, que por 60 anos se manteve "a serviço dos interesses dos latino-americanos e caribenhos e sem se deixar converter em uma ferramenta de intervencionismo diplomático de natureza alguma". Embora não cite os Estados Unidos, é claro que o duro comunicado da Argentina foi dirigido ao país de Donald Trump. "Parece que o texto foi escrito por Cristina Kirchner", diz Giusto. "A conclusão é que enfurecemos ainda mais os Estados Unidos e não recebemos nada em troca."
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Comentários (1)
Jose
2020-09-12 07:42:15Pelo menos tiveram a coragem de se opor ao dono do Bozo. Já o Bozo, já o Bozo, não passa de uma bonequinha de seda nas mãos do norte-americano!