Polícia conclui que gerente de farmácia vazou receita de cloroquina de David Uip
A Polícia Civil de São Paulo concluiu que um funcionário de uma farmácia foi responsável pelo vazamento da receita médica de cloroquina do infectologista David Uip (foto), em abril, quando o médico foi infectado pelo coronavírus. O vazamento da imagem da prescrição -- ele receitou o medicamento para ele mesmo usar -- serviu de combustível...
A Polícia Civil de São Paulo concluiu que um funcionário de uma farmácia foi responsável pelo vazamento da receita médica de cloroquina do infectologista David Uip (foto), em abril, quando o médico foi infectado pelo coronavírus. O vazamento da imagem da prescrição -- ele receitou o medicamento para ele mesmo usar -- serviu de combustível ao presidente Jair Bolsonaro e apoiadores para ataques e críticas ao médico, que coordena o combate à pandemia em São Paulo.
Segundo os investigadores, um gerente da farmácia onde o medicamento foi obtido por Uip fotografou a tela de seu computador e a repassou a um grupo de WhatsApp com outros funcionários. Outras 20 testemunhas foram ouvidas pela Polícia Civil - entre eles, os integrantes do grupo no aplicativo.
"Peticionamos ao juízo do Fórum da Lapa, para que fosse decretado o sigilo neste feito, bem como, salientamos ao Ministério Público que, flagrantemente, ocorreu o crime de violação de sigilo profissional", afirma o criminalista Luiz Flávio Borges D'Urso, representante de David Uip.
O defensor do médico pede que o Ministério Público denuncie o funcionário pelo vazamento da receita médica.
Bolsonaro chegou usar o vazamento da receita médica para afirmar que Uip escondeu seu tratamento com o medicamento por razões políticas, já que "pertence à equipe do governador João Doria".
Bolsonaro tem defendido o uso da cloroquina, o que já o indispôs com seus últimos dois ministros da Saúde, Henrique Mandetta, e Nelson Teich, que discordam da distribuição indiscriminada do medicamento.
Em resposta, Uip chegou a pedir "respeito" ao presidente, durante entrevista coletiva à imprensa no Palácio dos Bandeirantes.
"A cloroquina tem efeitos adversos, cardíacos, hepáticos e visuais. Tem que ser usada com critério, com observação do médico que prescreveu. Presidente, eu respeitei o seu direito de não revelar seu diagnóstico, respeite o meu de não revelar meu tratamento", disse, na ocasião.
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