Adriano Machado/Crusoé

PGR vê lavagem, corrupção e organização criminosa em investigação sobre Witzel

26.05.20 10:10

Por meio de nota, a Procuradoria-Geral da República afirmou que a Operação Placebo, que cumpre buscas e apreensões no Palácio das Laranjeiras, residência oficial do governador do Rio, Wilson Witzel, mira supostos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção, organização criminosa e peculato. O escritório de advocacia da primeira-dama do Rio, Helena Witzel, também é alvo da investigação.

Segundo a PGR, os locais onde foram deflagradas as buscas “são ligados a pessoas investigadas em inquérito instaurado para apurar suspeitas de desvios de recursos e fraudes em processos de licitação para compra de equipamentos e insumos destinados ao combate à covid-19 no Rio de Janeiro”.

“Entre os alvos das medidas cautelares está o governador Wilson Witzel (PSC). A ordem para as medidas cautelares partiu do relator do caso do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o ministro Benedito Gonçalves, e inclui a oitiva dos envolvidos. Por tratar-se de medidas que, neste momento, correm sob sigilo, os nomes dos demais alvos da operação não serão divulgados”, afirma a Procuradoria-Geral da República.

Nas últimas semanas, foram deflagradas a operação Mercadores do Caos, que levou à cadeia o ex-subsecretário de Saúde Gabriell Neves, e a operação Favorito, que prendeu o empresário Mário Peixoto.

Durante as investigações, segundo a PF, foram identificados indícios da participação de autoridades com foro privilegiado – no caso, o governador do Rio. Por isso, o caso foi remetido à Procuradoria-Geral da República, que pediu a busca e apreensão ao Superior Tribunal de Justiça.

Crusoé revelou, em sua edição 108, a coincidência entre a investigação que tramita na Procuradoria-Geral da República sobre Witzel e um dossiê que chegou ao conhecimento do Planalto. O material foi levado ao gabinete de Jair Bolsonaro por aliados próximos do presidente, que afirmou ser necessário “tomar providências”.

A Procuradoria-Geral da República ainda afirma que as “medidas cumpridas nesta terça-feira têm o objetivo de recolher documentos e outros materiais que possam reforçar o contexto probatório da investigação que apura a prática de crimes previstos nos artigos 89 e 96 da Lei de Licitações (8.666/1993), peculato, corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa”.

“A previsão orçamentária do estado era gastar R$ 835 milhões com os hospitais de campanha em um período de até seis meses. A suspeita é que parte desse valor teria como destino os próprios envolvidos. O esquema para viabilizar os desvios envolveria superfaturamento e sobrepreço, além da subcontratação de empresas de fachada”, afirma a PGR.

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