Fábio Motta/Estadão Conteúdo

PGR defende denúncia contra ex-diretor de Furnas por corrupção e lavagem

29.09.21 07:03

A Procuradoria-Geral da República pediu que o Supremo Tribunal Federal mantenha a denúncia por corrupção e lavagem de dinheiro apresentada contra o ex-diretor de Furnas Dimas Toledo, apesar de a peça citar trechos da delação do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (foto), anulada pela corte. A decisão cabe ao ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no tribunal.

Antigo aliado de Aécio Neves, Dimas Toledo é acusado pela PGR de ter recebido parte dos 65 milhões de reais em propina supostamente pagos ao tucano pelas empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez como contrapartida a obras de usinas hidrelétricas que tiveram a participação da estatal mineira.

Na manifestação encaminhada ao STF neste mês, a subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo, concorda com o pedido da defesa pela supressão das revelações de Cabral sobre Dimas Toledo, mas argumenta que o acordo de colaboração premiada é “apenas um dentre os fartos dados fornecidos pela denúncia.

Lindôra cita, por exemplo, as delações dos executivos e ex-executivos Marcelo Odebrecht, Henrique Serrano do Prado Valladares, Otávio Marques de Azevedo, Rogério Nora de Sá, Flávio Gomes Machado Filho, Flávio David Barra e Maria Clara Chuff Soares, além do relatório de entradas e saídas na Andrade Gutierrez e de planilhas da Odebrecht.

Além disso, a aliada de Augusto Aras sublinhou que Cabral vai depor no processo como testemunha e abriu uma brecha para a reutilização das denúncias feitas pelo ex-governador. “Desta feita, não há óbice a que todas as informações que fornecera na condição de colaborador sejam legal e novamente produzidas no desenrolar da instrução processual deste feito, nem tampouco a que sejam elas consideradas para fins de concessão de benefícios penais ao depoente”.

A subprocuradora também concordou em parte com o pedido da defesa de Dimas Toledo para acessar a delação premiada firmada entre Maria Clara Chuff Soares, filha do doleiro José Antônio Estevão Soares, e a Polícia Federal. Os advogados querem averiguar se o acordo tem os mesmos vícios que o de Cabral.

Para a PGR, Dimas Toledo deve ter acesso somente aos trechos que o mencionem. “De todo modo, afigura-se necessário esclarecer que, no caso da colaboradora Maria Clara Chuff Soares, o Ministério Público Federal manifestou-se favoravelmente à homologação da avença realizada pelo Departamento da Polícia Federal , diferente do que ocorrido no acordo de Sérgio Cabral Filho”, esclareceu.

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  1. Que PGR facciosa nós temos! Nem despista. Foi só o Aécio e sua turma se afastarem do atual “governo?”, para começarem mostrarem as garras. Quando passarem as eleições e, espero com Moro eleito, quero ver onde todos esses fascínoras vão parar. Se Moro não pode ser um verdadeiro “MINISTRO do STF”, porque o presidente, a maioria dos senadores, todos corruptos ou envolvidos em traficâncias, e alguns membros do próprio STF não o aceitam, que seja nosso primeiro Presidente íntegro e sem mácula.

  2. Este é o último que falta se safar, está mais tempo na cadeia , por que dedurou alguns desembargadores, este Dimas é o operador do Aécio, vai voltar tudo ao normal na terra sem lei!!Este é o último acórdão do Gilmarzao, para desbancar o Bretas!!!

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