Petistas alimentam discurso de "perseguição política" a Cristina
Condenada a prisão pela Suprema Corte argentina, ex-presidente repete Lula em campanha internacional para se dizer perseguida

O Instituto Lula divulgou uma nota na quarta-feira, 11, para manifestar "sua profunda preocupação e repúdio em relação à prisão de Cristina Kirchner [ao lado de Lula em foto de 2008], em um contexto que evidencia sérias violações dos direitos fundamentais e do devido processo legal".
A mensagem diz ainda que "é inaceitável que uma pessoa inocente seja condenada em um processo que parece ser mais uma manobra política do que uma busca genuína pela justiça".
A ex-presidente argentina foi condenada pela Suprema Corte de seu país a seis anos de prisão pelo crime de administração fraudulenta em prejuízo do Estado, por benefícios concedidos ao empresário Lázaro Baez, na província de Santa Cruz, no sul do país.
O próprio Lula anunciou na quarta que ligou par a a aliada para prestar solidariedade, e sua ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, classificou a confirmação da sentença como "uma grave ameaça para as liberdades políticas na Argentina".
Embarcaram
Os petistas embarcam no discurso de que Cristina estaria sendo perseguida pelo governo de Javier Milei, mas, como destacou em seu perfil no X o procurador Helio Telho, do Ministério Público Federal em Goiás, dois dos três ministros da Suprema Corte que condenaram a ex-presidente por unanimidade têm ligações diretas com o kirchnerismo:
"A condenação de Cristina Kirchner foi confirmada por decisão unânime de 3 ministros da Suprema Corte, sendo que um deles foi ministro da Justiça do marido dela, Nestor Kirchner, e o outro foi nomeado para a Corte também pelo marido dela."
Cristina repete Lula
Assim como fizeram os petistas em 2018, após a prisão de Lula por condenação na Operação Lava Jato, o advogado de Cristina, Gregorio Dalbón, está em campanha internacional para vender a ideia de que a condenação teve motivação política.
"Estou em Haia, no Tribunal Penal Internacional, apresentando uma denúncia por perseguição política devido à repressão na Argentina e a esta situação que comprometeu um dos líderes mais importantes da América Latina", disse Dalbón em conversa telefônica com o Crónica HD.
Milei
Milei celebrou a confirmação da condenação de Cristina, e refutou também as especulações que circulavam de que ele teria feito um acordo para salvá-la da condenação — teoria que vai contra a narrativa da ex-presidente e dos petistas.
"Justiça. Fim. PS: A República está funcionando e todos os jornalistas corruptos, cúmplices de políticos mentirosos, foram desmascarados em suas operetas sobre o suposto pacto de impunidade", disse o presidente argentino em seu perfil no X.
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