Reprodução/redes sociais

Peru e Venezuela: dois países, quatro presidentes

01.10.19 12:54

Em janeiro deste ano, o presidente da Assembleia da Venezuela, Juan Guaidó, foi proclamado presidente interino. Com isso, o país ficou com dois presidentes: o ditador Nicolás Maduro e Guaidó. O primeiro é o que manda. O segundo faz de conta, mas é apoiado por mais de cinquenta governantes do mundo.

Nessa segunda-feira, 30, o Peru entrou em uma situação semelhante. O presidente do país, Martín Vizcarra, fechou o Congresso e convocou eleições antecipadas. O Congresso reagiu. Suspendeu Vizcarra por “incapacidade moral” e empossou a vice, Mercedez Aráoz (foto). “Estou assumindo temporariamente a presidência da República porque o presidente Vizcarra falhou em não cumprir com três artigos constitucionais e, segundo o artigo 117, cometeu uma grave infração constitucional”, disse Aráoz.

A posse expressa de Aráoz no Congresso é questionada por alguns. “Foi uma posse sem pé nem cabeça, que foi contra as normas jurídicas. Nem sequer foi dada a possibilidade de o presidente se defender. Além do mais, o Congresso que fez isso não existe”, diz o cientista político peruano Oscar Vidarte Arévalo, da PUC do Peru.

Com Aráoz e Vizcarra, o Peru mergulha em um limbo parecido com o da Venezuela, em que nenhum dos dois presidentes parecer ter legitimidade suficiente para governar. “A chave para resolver o impasse no Peru será o comportamento dos funcionários públicos. Tudo vai depender de quem eles decidirão obedecer”, diz o constitucionalista peruano Aníbal Quiroga.

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    1. As FFAA já deviam ter fechados Congresso, Senado e STF, já que J. Bolsonaro varre os casos da corrupção debaixo do tapete (para salvar o filho) em vez de combatê-los, como prometeu na época da candidatura à presidência.

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