Os Jogos Olímpicos de Putin
Os Jogos de Paris começam em exatos 100 dias e, pela segunda edição seguida, os atletas russos não poderão competir com sua bandeira e seu hino. Antes uma das grandes potências esportivas do planeta, a delegação russa competirá sob a bandeira do Comitê Olímpico Internacional (COI), junto a atletas da Belarus — ambos os países...
Os Jogos de Paris começam em exatos 100 dias e, pela segunda edição seguida, os atletas russos não poderão competir com sua bandeira e seu hino. Antes uma das grandes potências esportivas do planeta, a delegação russa competirá sob a bandeira do Comitê Olímpico Internacional (COI), junto a atletas da Belarus — ambos os países suspensos pela invasão à Ucrânia.
Desta vez, Vladimir Putin vai dar seu próprio show. O governo russo organizará em setembro, 50 dias após a chama olímpica se acender na capital francesa, os seus próprios Jogos Internacionais da Amizade.
A ideia não é necessariamente nova, e remonta a exatas quatro décadas, quando países alinhados à União Soviética boicotaram os Jogos Olímpicos de Los Angeles em 1984. A ação, uma represália pelo boicote americano aos jogos de Moscou em 1980, acabou gerando os Jogos da Amizade, em Moscou.
Nomes de quase todos os países europeus, EUA, China e Brasil foram até a capital soviética. União Soviética e Alemanha Oriental dominaram o quadro de medalhas — os EUA, assim como o Brasil, saiu de mãos vazias da competição.
Agora, o governo de Vladimir Putin mudou algumas regras do jogo: em vez de apenas medalhas como nos jogos "tradicionais", a organização dará prêmios em dinheiro aos ganhadores (40 mil dólares aos vencedores; 25 mil aos segundos colocados; 17 mil aos terceiros). E sem vila olímpica.
Além das competições clássicas, os Jogos deverão contar com atletas de xadrez, sambo (uma luta típica russa), mergulho e jiu-jitsu. Há também uma competição de "Rock and Roll Acrobático", que tem o interesse em países no leste europeu
Até o momento, no entanto, não há garantia de que o evento vá dar certo: o diretor-geral do evento, Alexey Sorokin, só se limitou a dizer que atletas de "ao menos" 70 países estarão nos jogos. O número de atletas não deve superar os 300. Os jogos de Paris devem receber 10.500 atletas, de mais de 206 países.
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