Olavistas pressionam e Bolsonaro intervém na Cultura
A pressão de olavistas foi um dos motivos que levaram o presidente Jair Bolsonaro a decidir intervir na área cultural do governo. Nesta quinta-feira, 7, o presidente editou um decreto transferindo a Secretaria Especial da Cultura do Ministério da Cidadania para o do Turismo. As mudanças na área já tinham começado há algumas semanas. Na...
A pressão de olavistas foi um dos motivos que levaram o presidente Jair Bolsonaro a decidir intervir na área cultural do governo. Nesta quinta-feira, 7, o presidente editou um decreto transferindo a Secretaria Especial da Cultura do Ministério da Cidadania para o do Turismo.
As mudanças na área já tinham começado há algumas semanas. Na segunda-feira, 4, por exemplo, o ministro da Cidadania, Osmar Terra (foto), exonerou o pianista Miguel Proença da presidência da Funarte, a Fundação Nacional de Artes, a pedido de Bolsonaro.
Em 25 de outubro, Terra também teve de aceitar a nomeação da jornalista Letícia Dornelles para presidir a Fundação Casa Rui Barbosa. Ela foi indicada pelo deputado federal Pastor Marco Feliciano, do Podemos, integrante da bancada evangélica e que se autointitula olavista.
Seguidores do escritor Olavo de Carvalho e integrantes da Casa Civil vinham reclamando da condução de Terra na cultura. O argumento era de que as políticas da área não estavam ideologicamente alinhadas ao governo. O próprio presidente também relatou incômodo a aliados.
Durante viagem à China, Bolsonaro chegou a conversar com o ministro da Cidadania sobre o assunto. Inicialmente, a ideia era transferir a secretaria para a Casa Civil. Em reunião nesta quarta-feira, 6, com as presenças do ministro Onyx Lorenzoni e de Terra, porém, Bolsonaro optou pelo Ministério do Turismo.
No governo, a avaliação é de que o Turismo tem mais relação com a cultura. Além disso, com o movimento, Bolsonaro fortaleceria a pasta comandada por Marcelo Álvaro Antônio. Nos bastidores, falava-se que o ministério poderia vir a ser extinto numa eventual reforma ministerial.
Interlocutores de Terra tentam minimizar a perda da secretaria. Eles reconhecem o fogo amigo dos olavistas, mas ressaltam que tudo foi acordado entre o ministro e Bolsonaro. Destacam ainda que, com a saída da Secretaria de Cultura, o ministério "se livra de 80% da pauta negativa".
Ontem, o governo já tinha exonerado o economista Ricardo Braga do cargo de secretário especial de Cultura. Como adiantou Crusoé, o nome mais cotado para assumir o comando da secretaria é o do ex-deputado federal Marcos Soares, do DEM do Rio de Janeiro.
Marcos é filho do pastor Romildo Ribeiro Soares, o R.R. Soares, líder da Igreja Internacional da Graça de Deus. O líder religioso deve se reunir nesta quinta-feira, 7, com Bolsonaro no Palácio do Planalto. O encontro está marcado para as 15 horas.
A indicação de Soares é atribuída a Feliciano. O diretor de teatro Roberto Alvim também é cotado para o cargo. Auxiliares do presidente da República dizem, contudo, que o diretor deve acabar assumindo a presidência da Funarte no lugar do pianista exonerado no início da semana.
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Comentários (10)
Bel
2019-11-07 17:23:40Sem comentários
Fátima
2019-11-07 16:27:51Bolsonaro está agindo bem diferente do que pregava quando candidato.
Quiet
2019-11-07 15:07:21Caro Igor, se tudo falhar vc sempre pode trabalhar na revista Ti Ti Ti e/ou se preferir tv, tem o A tarde é sua. Sônia Abrão lhe espera de braços abertos! kkkk
Cretino
2019-11-07 14:15:46Com essa medida, a ignorância absoluta de Bolsonaro fica confirmada.
Luís
2019-11-07 13:28:16Interessante que nos "governos" da camarilha petralha, o viés ideológico era regra. Por exemplo, no Ministério da Cultura não passava qualquer projeto conservador que fosse. Só os "progressistas" tinham vez. E ninguém se escandalizava... Antes podia, mas agora não pode. A hipocrisia, nesse nosso quintal chamado Brasil, é um fato.
Eduardo
2019-11-07 13:08:51Ainda não entendi "pressão dos olavistas".
Leandro
2019-11-07 13:05:35Tudo bem q nos nao tnhamos alternativa sobre em quem votar no 2o. turno pra presidente, mas nunca imaginei q estavamos elegendo uma familia. Tb nao imaginava q o presidente nao tinha controle algum sobre eles e q ainda tinha um velho senil, autoritario, arrogante a manipular a familia. Ainda bem q Guedes, Moro, Tarcisio e Tereza Cristina estao fora dessa. Os filhos e os indicados por OC, sao uma lastima. Calados, sao menos mal. Torco pro Brasil crescer, apesar deles.
Bruno
2019-11-07 12:01:12Fundamentalismo evangélico na Cultura? Vamos virar um Talibã e censurar quem pensa diferente?
Bruno
2019-11-07 11:57:51Ridículo esse Bolsonaro, como sempre!!!!!!! Colocar filho de pastor na Cultura? Picaretagem total. Viramos uma teocracia? E olha q votei nesse energúmeno desse Bolsonaro.
Leao
2019-11-07 11:46:08Bando de dementes fanáticos. Querem jogar o país (onde o Estado é laico) nas trevas do obscurantismo evangélico.