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O recado de Omar Bashir para Maduro

11.02.20 16:34

O Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, emitiu em 2008 sua primeira ordem de prisão contra um chefe de estado em exercício. O alvo era Omar Bashir (foto), ditador do Sudão. Ele foi acusado de ordenar um genocídio na região de Darfur, que deixou 300 mil mortos. Porém, como Bashir ainda governava o país, nada aconteceu.

Nesta terça-feira, 11, o governo do Sudão anunciou pela primeira vez que poderá entregar Omar Bashir para o TPI. Ele foi deposto em abril do ano passado em um golpe de estado. Os militares esperam realizar uma eleição dentro de três anos. A decisão de entregar ou não Bashir ficará a cargo do novo governo.

“A entrega de Bashir mandaria um recado indireto para todas as ditaduras que ainda resistem na América Latina, como a de Nicolás Maduro, na Venezuela”, diz o procurador do estado de São Paulo José Luiz de Souza Moraes, professor de direito internacional na Unip.

No ano passado, a Anistia Internacional acusou Maduro de crimes contra a humanidade. “As execuções extrajudiciais seletivas, as prisões arbitrárias e os mortos e feridos provocados pelo uso excessivo da força por parte do governo de Nicolás Maduro no âmbito de uma política sistemática de repressão, ao menos a partir de 2017, podem constituir crimes contra a humanidade”, disse a Anistia em um comunicado. Crimes contra a humanidade, vale lembrar, não prescrevem.

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