O que dizem os documentos americanos vazados sobre a Guerra na Ucrânia
A Força Aérea Ucraniana pode colapsar em maio; e o governo dos Estados Unidos tem espionado aliados neutros para trazê-los ao auxílio de Kiev
Mais de uma centena de páginas de supostos documentos secretos do governo dos Estados Unidos vazou na semana passada, com dados inéditos sobre, dentre outros assuntos, a guerra na Ucrânia.
Apenas nos últimos dias, veículos de imprensa comprovaram a autenticidade de parte desse dossiê, que é o maior vazamento da inteligência americana desde o início da guerra em escala nacional, em fevereiro de 2022.
Dentre as principais revelações dos documentos atestados, há a informação de que a Força Aérea Ucraniana sofre de crise de abastecimento de mísseis, e pode ter arsenal esgotado a partir do início de maio.
Além disso, equipamento americano usado por Kiev para teleguiar bombas aéreas, Joint Direct Attack Munitions ou JDAMs, tem falhado por motivo desconhecido.
Os EUA estimam que, a partir de maio, a maior parte de infraestrutura tida como crucial para o governo ucraniano nos subúrbios de Kiev e no sudoeste do país poderá perder sua defesa antiaérea.
A supremacia aérea é fundamental na guerra. Afinal, quem controla os céus pode acelerar seus avanços terrestres sem se preocupar com bombardeio inimigo.
Apesar das informações sobre o potencial colapso aéreo, os documentos apontam que a inteligência de Washington sobre as Forças Armadas ucranianas está, segundo o New York Times, em "situação bem ruim".
O governo americano tem sido mais competente em reportar sobre a situação militar da Rússia e alertar seus aliados, incluindo Kiev, de bombardeios e outras ofensivas.
"O material reforça uma ideia que as autoridades de inteligência há muito reconhecem: os Estados Unidos têm uma compreensão mais clara das operações militares russas do que do planejamento ucraniano", diz o Times.
Washington também acessou informações sobre o Grupo Wagner, uma milícia russa comandada por um dos principais assessores de Vladimir Putin.
A milícia tentou comprar armas da Turquia, um país-membro da OTAN, e tem considerado ampliar o recrutamento de presidiários para a guerra na Ucrânia.
Um terceiro ponto revelado pelo vazamento envolve atos de espionagem americana contra seus próprios aliados para trazê-los à coalizão de apoio a Kiev.
Um documento lista "caminhos" para convencer Israel a providenciar à Ucrânia um "auxílio letal", como mísseis Javelin, usados para destruir tanques.
Washington, por exemplo, estuda aumentar a pressão sobre o governo israelense e levá-lo a envolvimento semelhante ao da Turquia.
Israel “venderia sistemas de defesa letais ou os forneceria por meio de terceiros", enquanto, oficialmente, "se oferece para sediar esforços de mediação".
Outro aliado citado nos documentos é a Coreia do Sul.
Washington interceptou uma conversa entre dois assessores do presidente Yoon Suk Yeol demonstrando receio sobre auxílio militar à Ucrânia — a Coreia do Sul tem uma política de não fornecimento de armas a países em guerra.
Um dos assessores sugere enviar armamento para a Polônia a fim de não aparentar ceder à pressão americana.
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Comentários (5)
Ernesto Herbert Levy
2023-04-13 15:58:21Pois é. Estamos sendo iludidos já há algum tempo. Uma paz já deveria ter sido negociada a tempos dando a certeza para a Rússia que a OTAN mantenha distância das fronteiras russas. A melhor hora foi em 2014. Não se deve deixar um tigre acuado. Melhor tê-los como amigos. Sou idoso e cansei de guerras quentes e frias.
FLORIPES JOSE DE OLIVEIRA COUTINHO
2023-04-13 11:13:34O Governo Brasileiro deveria sugerir uma negociação voluntária da pena a população carceraria em troca de ir combater como "mercenários" em prol da Ucrânia
Renata
2023-04-12 23:04:06É preciso brecar o Putin, não basta a lição de no que deu não terem brecado Hitler logo no início?
ROMEU
2023-04-12 17:45:27Toda guerra é insana, mas essa está superando em hipocrisia e atrocidades. Parem o Putin!
KEDMA
2023-04-12 08:11:34Os países envolvidos nessa guerra deveriam buscar incessantemente meios para acabar com essa guerra sem noção. Já basta de tantas mortes e destruição!